Detidos em megaoperação contra pedofilia eram “pessoas acima de qualquer suspeita”, diz delegado
Ação coordenada pelo Ministério da Segurança prendeu 251pessoas em 24 estados nesta quinta-feira. Estudantes, advogados, educadores e profissionais da área de saúde estão entre os suspeitos
Uma megaoperação realizada nesta quinta-feira e coordenada pelo Governo federal prendeu 251 pessoas suspeitas de pedofilia e divulgação de pornografia infantil em todo o país. Desde a manhã são cumpridos 579 mandados de busca e apreensão contra centenas de pessoas suspeitas de armazenarem e divulgarem imagens e vídeos de crianças e adolescentes sendo abusados sexualmente. Segundo o Ministério da Segurança Pública, essa é a maior operação contra a pedofilia desenvolvida em um único dia no mundo.
Os presos, segundo o delegado Alessandro Barreto, coordenador do laboratório de inteligência cibernética do ministério, eram “pessoas acima de qualquer suspeita”. Foram detidos em flagrante estudantes, aposentados, autônomos, advogados, educadores e profissionais da área de saúde. O perfil detalhado dos detidos ainda será levantado ao longo do dia, quando forem concluídos todos os mandados expedidos pelas Justiças de 24 Estados e do Distrito Federal. “Localizamos pessoas que estavam armazenando uma quantia considerável de material criminoso. O decorrer das investigações vai apontar se havia uma articulação entre elas, se havia algum elo entre um e outro suspeito”, explicou o delegado Barreto.
A operação, batizada de Luz na Infância 2, aprendeu mais de um milhão de imagens com pornografia infantil. “São imagens fortes, com todo tipo de abuso contra crianças e adolescentes. Às vezes peço para os policiais nem me mostrarem, tamanha repulsa que causam”, afirmou o delegado Barreto. A primeira fase dessa operação ocorreu em outubro do ano passado.
Entre os presos estão criminosos reincidentes. Um deles é um técnico de enfermagem de Minas Gerais. As penas para esses delitos variam de um a oito anos de prisão. A apuração dos crimes durou ao menos dois meses.
As imagens eram publicadas e compartilhadas por meio de sites e fóruns de discussão localizados na deep web, uma zona cinzenta na internet mundial onde costuma circular informações e arquivos ilegais.
Cerca de 2.600 policiais civis participaram da ação que ocorreu em 284 municípios. Contou com o apoio da embaixada dos Estados Unidos. De acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, dessa vez a Polícia Federal não esteve na linha de frente do combate ao crime porque ela estava com seu efetivo voltado para outras áreas. Foi a segunda vez que o ministério coordenou uma ação apenas com policiais estaduais. A outra, ocorreu nos dias 11 e 12 de maio e envolveu policiais e bombeiros militares de todo o país.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.