‘Jumanji’: Nostalgia não era suficiente
Sintetiza o espírito de renovação capaz de manter boas relações com a lembrança em detalhe significativo: agora passamos do jogo de tabuleiro para o videogame
Dirigido por Joe Johnston e baseado no livro homônimo de Chris Van Allburg — autor de O Expresso Polar —, Jumanji estreou em 1995 e nem estava amparada pelo selo Amblin, mas ocupa na memória sentimental coletiva o mesmo lugar que aquele cinema dos anos 80 que está sendo reivindicado como paraíso perdido. O prólogo de Jumanji: Bem-vindo à Selva, filme localizado em uma zona intermediária entre a sequência e a nova versão, deixa claro que o fator nostalgia é tão determinante aqui como em Stranger Things: o tom da história e os movimentos de câmera evocam esse modelo de cinema espetáculo que dava tanta importância ao fator humano e transformava a vida dos subúrbios norte-americanos na porta para todo tipo de aventura improvável. Mas, como já ocorreu na feminilização de Caça-Fantasmas dirigido por Paul Feig, Jake Kasdan — talvez não por acaso, filho de um célebre diretor e roteirista daqueles anos arcádicos — sabe que a nostalgia nunca é suficiente. Ou não deveria ser.
Jumanji: Bem-vindo à Selva, que estreou no Brasil nesta quinta-feira, 4 de janeiro, sintetiza o espírito de renovação capaz de manter boas relações com a memória em um detalhe muito significativo: agora passamos do jogo de tabuleiro para o videogame, mas antes que os protagonistas cruzem o véu da realidade, fica claro que não estamos falando de uma proposta lúdica imersiva último modelo, mas de um jogo de cartucho. Ou seja, já podemos considerar uma relíquia pop. O ponto de partida torna possível sustentar o corpo do filme em uma premissa arriscada: o grupo de quatro protagonistas adolescentes — um rapaz tímido, seu amigo atlético, a menina antissocial e uma Instagrammer patológica — transformam-se em seus avatares, que adotam respectivamente as formas de Dwayne Johnson, Kevin Hart, Karen Gillan e Jack Black. Quer dizer, uns envoltórios totalmente desajustados a seus temperamentos. O cômico que surge desse atrito e o fato de que o filme retome a alma do blockbuster — onde as sequências são sempre potenciais telas de videogame — sofistica e amplia o que, de outra forma, teria sido chato e redundante.
JUMANJI: BEM-VINDO À SELVA
Direção: Jake Kasdan.
Intérpretes: Dwayne Johnson, Kevin Hart, Karen Gillan e Kevin Hart.
Gênero: aventura. Estados Unidos, 2017
Duração: 119 minutos.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.