_
_
_
_

O mistério da jornalista sueca que desapareceu em um submarino

A repórter subiu em Copenhague no submergível, que afundou. Seu único acompanhante se salvou e foi preso por homicídio

Jorge A. Rodríguez
Mais informações
Dono de submarino confessa que jornalista sueca morreu a bordo e que jogou o cadáver ao mar
México registra oitavo assassinato de jornalista neste ano
Dinamarca aprova o confisco de bens dos refugiados
Corpo encontrado no mar é da jornalista sueca que embarcou em submarino

Onde está a jornalista sueca Kim Wall? A repórter, de 30 anos, foi vista pela última vez na torre de um submarino de fabricação caseira ao lado do dono e construtor dele, Peter Madsen, de 46 anos, para fazer uma reportagem sobre o capitão e sua obra. Mas, pouco depois de zarparem juntos do porto de Copenhague (Dinamarca), o submergível afundou– a polícia suspeita que o proprietário o fez naufragar de propósito. Madsen foi resgatado, mas da jornalista não se achou rastro no interior da nave nem no mar nem na ilha onde o dono do submarino afirma que ela desembarcou.

A polícia dinamarquesa deteve Madsen, que foi enviado à prisão preventiva acusado de matar a repórter, embora o corpo não tenha sido encontrado. A promotora Louise Pedersen declarou que foram apresentadas acusações de homicídio contra Madsen “por ter matado de forma desconhecida e em um lugar desconhecido” a jornalista sueca. Não obstante, a polícia reconhece que Wall continua desaparecida.

O submarino com a mulher não identificada em sua torre, no porto de Copenhague, no dia 11.
O submarino com a mulher não identificada em sua torre, no porto de Copenhague, no dia 11.ANDERS VALDSTED (EFE)

A história deste estranho desaparecimento começou na quinta-feira. O engenheiro naval amador e a jornalista se encontraram nesse dia no porto de Copenhague para conhecer o submarino, chamado UC3 Nautilus. Sim, como o do capitão Nemo de Julio Verne, mas muito menor: 18 metros de comprimento de fora a fora, 40 toneladas de peso e motores elétrico e diesel.

O barco foi construído graças a doações coletivas (crowdfunding), mas Madsen acabou brigando com os financiadores e pessoas que o ajudaram a construir a nave desde 2008. “Você pode pensar que há uma maldição no Nautilus. Essa maldição sou eu. Não haverá paz enquanto o Nautilus existir”, escreveu Nautilus a um de seus rivais, segundo detalha a BBC.

Peter Madsen, com a polícia após ser resgatado.
Peter Madsen, com a polícia após ser resgatado.SCANPIX DENMARK (REUTERS)

No dia dos fatos, depois de tirar fotos de si mesma na torre do submergível, Wall (que trabalhou para The Guardian e The New York Times) e Madsen iniciaram uma viagem de duas horas pelos arredores de Copenhague. O que aconteceu entre o momento em que o submarino zarpou e afundou, quando repórter e capitão estavam a sós no mar, é um mistério tão grande como o do paradeiro dela.

Kim Wall, a jornalista desaparecida.
Kim Wall, a jornalista desaparecida.TOM WALL (EFE)

Madsen afirma que depois de um percurso de duas horas deixou Wall em Refshaleoen, uma ilha de Copenhague, a pedido dela, mas a jornalista não retornou para casa. Na manhã de sexta-feira, o namorado dela denunciou o seu desaparecimento para as autoridades dinamarquesas, que lançaram uma operação de salvamento com dois helicópteros, três barcos e algumas embarcações privadas.

O submarino, como relata a agência EFE, foi localizado na baía de Koge, perto da ilha de Dragoer, com Madsen já fora, sobre a torre, que afundou pouco depois. O inventor foi resgatado por um barco particular. “Estava em uma viagem de teste e avaliei várias coisas no submarino. Então aconteceu algo com o tanque de lastro”, explicou a órgãos da mídia dinamarquesa assim que foi levado a terra.

Depois de localizado a uns sete metros de profundidade, o UC3 Nautilus foi puxado por um barco de salvamento por cerca de sete quilômetros e depositado na costa para que fosse levado à terra firme. Em uma primeira inspeção, as forças de segurança não encontraram nenhum corpo a bordo, segundo disse o chefe de Homicídios de Copenhague, Jens Moller, em coletiva de imprensa. Então, como no princípio, onde está a jornalista sueca Kim Wall?

Policiais dinamarqueses no submarino depois de ser trazido à tona.
Policiais dinamarqueses no submarino depois de ser trazido à tona.Jens Noergaard Larsen (EFE)

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_