_
_
_
_

Dono de submarino confessa que jornalista sueca morreu a bordo e que jogou o cadáver ao mar

Peter Madsen está preso, acusado de homicídio culposo (sem intenção) pela morte de Kim Wall. A polícia encontrou um corpo de mulher mutilado no local onde a jornalista desapareceu

Imagem supostamente de Kim Wall e Madsen. Na foto pequena, a jornalista.
Imagem supostamente de Kim Wall e Madsen. Na foto pequena, a jornalista.AFP
Mais informações
Corpo encontrado no mar é da jornalista sueca que embarcou em submarino

A jornalista sueca Kim Wall, desaparecida há 10 dias no Mar Báltico quando entrevistava o inventor dinamarquês Peter Madsen em seu submarino de fabricação caseira, morreu num acidente dentro da embarcação e seu cadáver foi jogado ao mar pelo dono, segundo ele mesmo confessou à Justiça. Foi o que revelou nesta segunda-feira a polícia dinamarquesa, após a retirada parcial do segredo de Justiça pelo tribunal de primeira instância que decretou a prisão preventiva de Madsen, suspeito de homicídio culposo (sem intenção de matar), a pedido dos promotores e da defesa.

“O acusado explicou à polícia e ao tribunal que houve um acidente a bordo do submarino que provocou a morte de Kim Wall, E que depois jogou o cadáver ao mar, num lugar não definido na baía de Køge (sudeste de Copenhague)”, diz o comunicado policial.

O submarino com a mulher não identificada, no porto de Copenhague, em 11 de agosto.
O submarino com a mulher não identificada, no porto de Copenhague, em 11 de agosto.ANDERS VALDSTED (EFE)

A polícia dinamarquesa encontrou o torso de uma mulher, sem braços, pernas e cabeça, nas águas do mar Báltico. Um porta voz da polícia deu a entender que se trata de Kim Wall, mas ainda investiga outras pistas na rota do submarino na baía e no estreito de Sund (que separa a Dinamarca da Suécia).

O desaparecimento de Wall, de 30 anos, foi denunciado por seu namorado na madrugada de sexta-feira, 11 de agosto, horas depois de a jornalista ter embarcado no UC3 Nautilus – um submarino de quase 18 metros de comprimento e 40 toneladas – para entrevistar o inventor.

Peter Madsen, com a polícia, após ser resgatado.
Peter Madsen, com a polícia, após ser resgatado.SCANPIX DENMARK (REUTERS)

Madsen, de 46 anos, declarou inicialmente que havia desembarcado a repórter horas depois do início da viagem num setor do porto de Copenhague e que teria então continuado navegando até sofrer problemas técnicos.

Kim Wall, a jornalista desaparecida.
Kim Wall, a jornalista desaparecida.TOM WALL (EFE)

Mas o inventor mudou sua declaração mais tarde. Os detalhes do que disse ainda não haviam sido revelados.

Uma semana depois do desaparecimento, a polícia dinamarquesa admitiu pela primeira vez que dava por morta a jornalista e que a busca do cadáver se concentrava na baía de Køge, dos dois lados da fronteira, pois as correntes poderiam ter levado o corpo até águas suecas.

As autoridades da Dinamarca reiteraram, nos últimos dias, o pedido de informações a navegantes que passaram pela zona entre a meia-noite do dia 10 e as 10h do dia seguinte, quando Madsen foi visto na baía, antes de ser resgatado devido ao naufrágio do submarino.

A investigação revelou que o naufrágio foi supostamente provocado pelo próprio Madsen, detido 24 dias “por homicídio culposo em circunstâncias agravantes”, embora os danos provocados no naufrágio tenham impedido a obtenção de mais dados após a análise da embarcação.

Madsen é uma figura conhecida na Dinamarca por seus desenhos de submarinos e por ser cofundador da empresa Copenhagen Suborbitals, criada em 2008 com o objetivo de lançar pequenas naves tripuladas ao espaço. Ele já lançou com sucesso diversos foguetes experimentais sem pessoas a bordo.

Policiais dinamarqueses no submarino após o resgate.
Policiais dinamarqueses no submarino após o resgate.Jens Noergaard Larsen (EFE)

“Foguete Madsen”, como é chamado pela imprensa dinamarquesa, brigou há três anos com o outro fundador da empresa, o arquiteto Kristian Bengston, e desde então dirige outro projeto com o mesmo objetivo.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_