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Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Temer se salva

Os mesmos deputados que derrubaram Dilma Rousseff não autorizaram processo atual contra o presidente

O presidente Temer, nesta quarta-feira
O presidente Temer, nesta quarta-feiraJoédson Alves (EFE)

Dilma Rousseff foi destituída no ano passado da Presidência do Brasil com a desculpa de que seu Governo tinha maquiado as contas públicas. Mas no discurso dos dirigentes políticos que promoveram sua queda estava subjacente uma ideia mais poderosa: era preciso acabar com um Governo corrupto. Quase um ano e meio depois, esses argumentos soam como um pretexto.

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Só os militantes mais cegos podem negar que o Partido dos Trabalhadores de Lula e Rousseff se enlameou em uma monumental trama de corrupção. Sobre o envolvimento pessoal de Rousseff, porém, sempre houve sérias dúvidas. Bem ao contrário do atual presidente, Michel Temer, que teve a duvidosa honra de ser o primeiro chefe de Estado brasileiro denunciado por delitos penais. Uma denúncia apresentada pela própria Procuradoria-Geral da República depois de reunir sólidos indícios de que Temer montou um sistema para arrecadar subornos de grandes empresários.

A mesma Câmara de Deputados que em abril de 2016 foi implacável com Rousseff decidiu agora salvar Temer e negar a autorização para que fosse processado. Os deputados ligados ao Governo alegaram que o país precisa de estabilidade e reformas. Sem dúvida o Brasil está pedindo a gritos tudo isso para sair do marasmo. Mas somente um presidente com a plena legitimidade do voto popular e livre de toda a suspeita poderia conseguir isso. Justo o que falta a Michel Temer.

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