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Trump aproveita atentado de Londres para reivindicar seu veto migratório

O presidente pede, em uma série de tuítes, um comportamento menos "politicamente correto" Ele também critica o prefeito de Londres e zomba de que se oponha à venda de armas

Pablo de Llano Neira
Trump em um comício em Kentucky em março.
Trump em um comício em Kentucky em março.REUTERS
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"Temos de ser inteligentes, atentos e severos. Precisamos que os tribunais devolvam nossos direitos. Precisamos do veto migratório como medida extra de segurança!". O presidente Donald Trump reagiu no sábado ao ataque terrorista de Londres para fazer política, defendendo seu veto migratório,suspenso pelos tribunais devido ao caráter discriminatório. Ele argumenta que a Justiça está impedido de cumprir seu dever de proteger a segurança dos Estados Unidos.

Na manhã deste domingo, quando já se conheciam mais detalhes, Trump elevou o tom. "Temos de deixar de ser politicamente corretos… Se não formos inteligentes, só vai piorar", afirmou. Depois, emendou uma série de tuítes em que criticou o prefeito de Londres, por supostamente ter dito que "não há motivo para pânico", e encerrou: "Vocês percebem que não estamos discutindo armas neste momento? É porque usaram facas e um caminhão!".

A série de críticas já havia começado na noite anterior, quando ainda sem informações oficiais, Trump retuitou o primeiro alerta do site da notícias Drudge Report sobre o incidente na capital britânica, e logo depois escreveu sua própria mensagem, seguida por outra, que dizia: "Estaremos aqui para qualquer coisa em que possamos ajudar a Londres e ao Reino Unido. ESTAMOS COM VOCÊS, QUE DEUS OS ABENÇÕE", encerrou, com letras maiúsculas.

Na última quinta-feira, o Departamento de Justiça encaminhou à Suprema Corte, maior instância do poder judiciário norte-americano, um recurso pedindo o desbloqueio da ordem executiva que Trump assinou em março, e que permitia restrições migratórias temporais. O veto migratório, que ele tentou implantar em janeiro, logo depois de assumir a presidência com um decreto, foi parado pelos tribunais; em março, Trump voltou a insistir, com a ordem executiva, também derrubada por juízes. As duas medidas estabelecem a proibição da entrada nos Estados Unidos, durante 90 dias, de imigrantes de seis países de maioria muçulmana, além da suspensão do programa de acolhida a refugiados durante 120 dias.

Trump precisa que cinco dos nove magistrados da Suprema Corte aprovem o recurso apresentado ao Departamento de Justiça para colocar em prática a proibição de entrada de cidadãos de Irã, Somália, Iêmen, Líbia, Síria e Sudão em território norte-americano. Para ele, é necessário parar essa entrada por três meses, para que, durante esse período, os mecanismos de controle de acesso de viajantes muçulmanos sejam revistos, por questão de segurança nacional. A ordem foi suspensa por significar uma violação no direito à liberdade religiosa, protegido pela Constituição dos Estados Unidos. O processo na Suprema Corte, que poderia desbloquear ou confirmar a paralisação do decreto, pode levar vários meses. E o presidente Trump continua pressionado a seu favor.

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