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Governo compara oposição à reforma da Previdência com a Revolta da Vacina

Com o lema "tudo que é novo assusta", Temer lança vídeos publicitários para tornar mais palatável a impopular reforma

“Tudo que é novo assusta: quando surgiu a vacinação teve até revolta, hoje não dá pra viver sem”. Assim, com uma menção ao episódio conhecido como a Revolta da Vacina, de outubro de 1904, no qual moradores do Rio se insurgiram contra a vacinação forçada, começa o vídeo feito pelo Governo do presidente Michel Temer que busca tornar mais palatável a impopular reforma da Previdência que o Planalto tenta aprovar. A peça publicitária, que será exibida à partir desta terça-feira na Internet e na TV, compara as mudanças na aposentadoria ao surgimento das redes sociais (“achavam que iríamos ficar isolados uns dos outros”), ao plano Real, e até à obrigatoriedade do uso do cinto de segurança: “Foi assim com o cinto de segurança obrigatório, e quantas vidas ele salvou?”.

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"Agora o novo é a reforma da Previdência, muitos questionam, mas sem ela o Brasil pode quebrar”, continua o narrador. As propagandas chegam em um momento delicado para o projeto governista, visto pelo ministro da Economia, Henrique Meirelles, como tábua de salvação para as finanças públicas. Desde que as medidas foram apresentadas ao Congresso, uma chuva de críticas, vindas também da base aliada, atingiram a proposta, o que obrigou o Planalto a recuar de alguns pontos polêmicos, como a idade de transição e a idade mínima para a aposentadoria das mulheres. A expectativa é que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), paute o projeto para votação no plenário em maio. No meio tempo, Temer corre atrás de apoio para tentar reduzir as alterações ao mínimo possível.

O outro vídeo divulgado mostra um depoimento do taxista aposentado Celso Gomes dos Santos. “Sou a favor da reforma da previdência sim, porque está em jogo a aposentadoria dos que estão aposentados e dos que estão para se aposentar”, afirma. Em seguida ele afirma que em alguns Estados “já está faltando dinheiro para pagar a aposentadoria”.

A reportagem entrou em contato com a assessoria do presidente Temer questionando o valor gasto nos dois vídeos mas não obteve resposta.

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