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Presídio do Rio Grande do Norte tem nova rebelião após a morte de 26 no sábado

Motim ocorre pela disputa de poder entre duas facções: O Primeiro Comando da Capital e o Sindicato do Crime do RN

Detentos em cima do telhado do presídio de Alcaçuz, nesta segunda.
Detentos em cima do telhado do presídio de Alcaçuz, nesta segunda.A. A. (AFP)
Marina Rossi

Um dia após a rebelião no presídio de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, acabar com 26 mortos, um novo motim ocorre nesta segunda-feira no local que fica na região metropolitana da capital Natal. De acordo com o jornal O Globo, os detentos estão em cima do telhado do presídio com pedaços de pau e gritando ameaças, apesar de o Governo ter anunciado no domingo que a rebelião já havia acabado.

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O motim ocorreu por uma disputa entre duas facções, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte, que lutam pelo domínio do sistema carcerário no Estado. O Sindicato do Crime é uma dissidência do PCC e foi fundado em março de 2013. Os 26 mortos no domingo eram membros do Sindicato do Crime, que agora cobra a saída do PCC do presídio.

Os detentos do PCC estão no pavilhão 5 do presídio. São cerca de 400 detentos pertencentes à essa facção. Eles ameaçam invadir o pavilhão 1, que abriga 200 presos do Sindicato do Crime.

Na madrugada desta segunda-feira, outro presídio no Estado registrou um motim. Detentos do Presídio Provisório Raimundo Nonato, chamado de Cadeia Pública de Natal, se rebelaram contra as 26 mortes ocorridas no domingo. A agitação começou por volta das três da madrugada e já está controlada, segundo informou O Globo. O presídio abriga 550 detentos, mas tem capacidade para 166.

A rebelião de Alcaçuz foi a terceira de uma série de motins iniciados no dia 2 de janeiro no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM). Na ocasião, a guerra entre o PCC e a Família do Norte, outra facção criminosa, deixou 56 mortos, a maioria pertencente ao PCC.

Quatro dias depois, uma nova ação do PCC ocorreu na penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima, onde 33 detentos morreram. Há ainda várias hipóteses para essa matança, entre elas a de que os detidos resistiam às ordens da facção de origem paulista. Autoridades e familiares negam que os presos mortos pertencessem a facções, enquanto o PCC divulgou imagens dizendo que as mortes eram uma vingança por causa de Manaus.

A nova chacina em Natal, neste final de semana, parece inscrever uma nova onda de golpes e contragolpes envolvendo o PCC, apesar de as autoridades não fazerem essa conexão. "Não há confirmação de relação, mas com certeza as rebeliões naqueles presídios incentivaram o que aconteceu aqui", disse o secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte, Wallber Virgolino, em entrevista coletiva no domingo.

Nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, tem uma reunião com todos os secretários estaduais de segurança para tratar do tema. O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), participará do encontro e aproveitará a ida a Brasília para pedir ajuda ao presidente Michel Temer.

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