“Trump começou a me beijar e colocou a mão nos meus seios”
Participante do 'The Apprentice' acusa candidato de abusos sexuais
Na sexta-feira uma ex-participante do programa The Apprentice acusou publicamente Donald Trump de abusar sexualmente dela nos meses posteriores a sua participação no concurso, no qual o candidato republicano era o astro. Summer Zervos deu uma entrevista coletiva em Los Angeles com a advogada feminista Gloria Allred, especialista neste tipo de caso. Zervos, que não entrou com nenhuma ação judicial, fez um relato de fatos semelhantes aos que pelo menos outras quatro mulheres já fizeram à imprensa esta semana, que marca o momento mais baixo da campanha de Donald Trump à Presidência.
Eles voltaram a se encontrar em Los Angeles, onde ficaram para o que ela acreditava que seria um jantar de negócios. Zervos se encontrou com Trump em um bangalô. “Veio em minha direção e começou a me beijar com a boca aberta ao mesmo tempo em que me puxava em sua direção. Eu me afastei e me sentei em uma cadeira. Ele se sentou em frente a mim e fiz uma tentativa de começar uma conversa. Então ele me pediu para que eu me sentasse ao seu lado. Obedeci. Ele me agarrou pelos ombros, começou a me beijar muito agressivamente e colocou a mão nos meus seios. Eu me separei e fui ao outro lado do recinto. Então ele veio, agarrou minha mão e me levou ao quarto”.
Lá uma cena familiar se repetiu, ela tentava empurrá-lo enquanto ele a abraçava e tocava seus órgãos genitais. Quando ficou claro que ela não queria continuar, ele concordou em se sentar para jantar. “Agia como se estivesse muito aborrecido”. A situação se transformou então em uma conversa de negócios. Mais tarde, Trump a ofereceu um trabalho que ela não considerava adequado. Ela continuou procurando um trabalho nas empresas de Trump.
O comportamento descrito por Zervos é coerente com o que pelo menos outras quatro mulheres já relataram. Primeiro, duas no The New York Times, em uma história em que Trump exigiu direito de resposta. Na mesma sexta-feira, outra mulher, Kirstin Anderson, declarou ao The Washington Post que Trump a tocou por dentro da saia em um clube em Manhattan. Além disso, uma repórter da revista People, Natasha Stoynoff, também tornou pública uma experiência parecida com Trump.
No escritório de Allred, uma das advogadas feministas mais conhecidas dos Estados Unidos, a imprensa se amontoava para escutar o relato como nas grandes ocasiões vividas pela firma. Entre elas, estão os casos contra Bill Cosby, contra Tiger Woods e contra Michael Jackson por seu comportamento sexual. Na sexta-feira o assunto era o candidato republicano à Casa Branca, a menos de um mês das eleições.
Em quaisquer das eleições presidenciais anteriores uma só dessas acusações teria o poder de destruir uma carreira. A enxurrada de acusações contra Trump tem origem no vídeo publicado há uma semana pelo The Washington Post no qual se escuta o republicano fazendo comentários obscenos em um microfone aberto durante uma gravação do programa Access Hollywood. Nessa gravação, se escuta Trump dizer que não pode se conter quando vê uma mulher bonita, que precisa beijá-la. E também que “quando você é um astro” elas te deixam fazer qualquer coisa, como “agarrá-las pela vagina”.
A razão pela qual essas mulheres vieram agora a público relatar esses fatos, disse a advogada Allred na sexta-feira, foi por verem Donald Trump negar categoricamente durante o debate de domingo que esse é seu comportamento com as mulheres e que jamais fez algo assim. “Essa negação, em minha opinião, foi o que provocou as coisas pelas quais está passando agora”, disse Allred.
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