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“É preciso se transformar para competir”, alertam em fórum no Peru

Executivos falam sobre a oportunidade do uso de dados produzidos pelos celulares para melhorar a mobilidade

Bruno Fortuna (Fotos Públicas)
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Os dados produzidos por dispositivos, celulares, sensores e máquinas, cada vez mais interconectados, formam o universo do big data. As corporações e as entidades públicas estão trabalhando com isso e seus representantes acreditam que as indústrias podem aproveitar esses dados cada vez mais em seu favor, mediante diferentes cruzamentos de informação, conforme o perfil do negócio.

"Em 90% do tempo, o celular está ao lado das pessoas. E no Peru há 31 milhões de celulares”, reportou Aldo Giusti, gerente de soluções setoriais da Telefónica do Peru, ao referir-se ao Smart Steps, um produto que coleta a localização dos usuários de celulares, deixa-a no anonimato e a transforma em dados para a tomada de decisões.

“Sabendo onde estão os celulares, sabemos onde estão as pessoas. A informação é deixada no anonimato e agregada, e daí se pode extrapolar o perfil de determinadas populações, por idade, por tipo de dispositivo, por quanto tempo se deslocam no transporte. E podemos identificar origens e destino”, especifica.

Giusti salienta que com essa informação é possível determinar as datas mais eficazes para fazer publicidade ou o público objetivo das campanhas e a localização de pontos de escritórios. E o Governo pode compreender a mobilidade urbana das cidades.

“Em quase cada negócio grande que se faz hoje há a consciência nas indústrias de que algo acontece se houver um cruzamento de informação, mas cada indústria faz cruzamentos diferentes”, observou no painel Big Data, Analytics e Internet das Coisas. O Poder da Informação para as Indústrias e a Sociedade.

Giusti apresentou outro produto gerado com o dado das transações feitas por celulares, especialmente em um país pouco integrado ao sistema bancário, como é o caso do Peru. “Com a informação de quem paga pontualmente, a empresa pode elaborar uma pontuação creditícia que sirva, por exemplo, para a aprovação de um microcrédito”, acrescentou.

Por sua vez, no mesmo painel, o diretor de tecnologia da Informação do Ministério da Produção, Sandro Marcone, anunciou que em meados de novembro a entidade automatizará 170 procedimentos administrativos (trâmites) que os usuários poderão realizar na página da Internet.

“Para quem quiser deixar de ir ao Ministério, isso vai ter custo zero. Claro, terá de pagar algumas taxas, mas já não haverá custos indiretos nem direitos processuais”, informou. “Além disso, vamos colocar –na seção de dados abertos do site do Ministério– dois milhões de registros de empresas georeferenciadas, em formado de open data. Isso será informação valiosa, posta à disposição com simetria para todos”, acrescentou Marcone.

Já Martín Vela, diretor de vendas da Hitachi Data Systems para o Equador e o Peru, ressaltou a concorrência que significa para as empresas os chamados “disruptores digitais” que aproveitam o big data. “Empresas como o Uber, AirBnb, Alibaba e Tesla prestam serviços de transporte, alojamento, etc, sem ter veículos nem propriedades. É preciso se transformar para competir”, alerta o executivo.

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