Cunha recorre a Temer para emplacar aliado na presidência da Câmara
Deputado e presidente interino já se encontraram três vezes. A última, no domingo passado
Perto de ser cassado do cargo de deputado federal, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ainda tenta interferir nas decisões da Casa por intermédio de seu aliado que hoje está no principal posto da República, o presidente interino Michel Temer. Na noite de domingo, os dois se encontraram na residência oficial da vice-presidência, o Palácio do Jaburu, em Brasília. O encontro, confirmado pelo Governo, mas negado pelo deputado, foi para tratar da sucessão no comando do Legislativo. O parlamentar quer emplacar um membro do seu grupo político, o centrão, na presidência da Câmara.
Até o fim de julho, o parecer do Conselho de Ética a favor da perda do mandato de Cunha deverá chegar ao plenário da Casa. A expectativa de lideranças partidárias é que cerca de 450 dos 512 deputados com direito a voto optem por cassá-lo. O que deve influenciar na decisão de cada parlamentar é que a votação será aberta, assim como foi na abertura do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).
Com o encontro de domingo, essa foi a terceira ocasião em que Temer e Cunha se encontraram desde que Rousseff deixou o poder, no dia 12 de maio. Na semana passada, em entrevista a cinco jornais brasileiros, Temer havia dito que não via problemas em conversar com um deputado que foi afastado de suas funções por ser réu no Supremo Tribunal Federal e ser acusado de usar do cargo para se beneficiar.
“Aqui no Brasil há esse preconceito. Acha que não se pode falar com ninguém. Me lembro que no governo [passado], quando eu falava com a oposição, ficavam irritados, achando que eu estava traindo o governo. O que revela uma ignorância em matéria política. Ou que não pode falar com uma pessoa que está sendo investigada. Eu falo com todo mundo. Tenho 33 anos de vida pública e falo com todo mundo”, afirmou na última sexta-feira, quando explicou que um dos encontros com Cunha foi para tratar da “situação dramática” vivida pelo parlamentar.
O presidente interino já havia sido orientado por auxiliares a evitar contato com Cunha. Uma pesquisa da consultoria Ipsos Public Affairs divulgada na segunda-feira mostrou que a reprovação ao Governo dele piorou entre o mês passado e este. Subiu de 67% para 70%. Por outro lado, à rejeição à presidenta afastada caiu de 80% para 75%. À BBC Brasil, Danilo Cersosimo, diretor da consultoria, afirmou que a impopularidade do peemedebista se deve à imagem do político tradicional que ele ostenta, à ausência de uma agenda clara de mudanças e ao contexto turbulento no qual governa.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Mais informações
Arquivado Em
- Eduardo Cunha
- Michel Temer
- MDB
- Operação Lava Jato
- Conselho de Ética
- Crises políticas
- Vice-presidente Brasil
- Caso Petrobras
- Investigação policial
- Subornos
- Financiamento ilegal
- Presidência Brasil
- Corrupção política
- Conflitos políticos
- Governo Brasil
- Partidos políticos
- Brasil
- Governo
- América Latina
- Força segurança
- Administração Estado
- América
- Empresas
- Política
- Administração pública