“Com a dupla Cunha-Maranhão agindo não se pode garantir nada”
Relator do processo, Marcos Rogério sinaliza que deve pedir cassação de peemedebista
Relator do processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Marcos Rogério (DEM-RO), deverá pedir a cassação do mandato do presidente afastado da Casa. Ele não quis antecipar seu voto para não macular o processo, mas os sinais que deu mostram que será no sentido de se atingir a punição máxima contra Cunha.
Na entrevista que se segue, Rogério – um deputado de 37 anos que cumpre seu segundo mandato – reclama das decisões que Waldir Maranhão (PP-MA), o presidente interino da Casa, tomou no sentido de restringir a apuração à suposta mentira na CPI da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. Mas não descartou que tenha citado as investigações de recebimento de propina pelo peemedebista.
Pergunta. Há alguma garantia de que o processo caminha normalmente agora?
Resposta. Depois que a dupla Eduardo Cunha e Waldir Maranhão começou a agir junta não se pode garantir nada.
P. Os aliados do Cunha alegam que depois da leitura do relatório e de seu voto, a defesa teria até cinco dias para se manifestar. É esse o prazo?
R. Não. Quem fala isso deve estar lendo o regimento da Câmara da Bolívia, de Cingapura ou de qualquer outro lugar. Eu já dei cinco dias a mais para a defesa se manifestar sobre parte da representação e ele só se manifestou sobre parte dela.
P. Quais são os próximos passos, então?
R. Amanhã [terça-feira] eu leio o relatório e meu voto. A defesa se manifesta e deverá ser aberto o período para a vista que é de dois dias. Na outra semana, o presidente do Conselho de Ética, deve convocar a sessão para discussão e voto do relatório.
P. O senhor pedirá a cassação do mandato de Cunha?
R. Não posso antecipar o meu voto para não comprometer o processo. O que eu posso dizer é que mesmo discordando da decisão do Maranhão [que delimitou o foco da apuração à suposta mentira na CPI da Petrobras], a considerando ilegal e intempestiva, eu a acatei. Eu sei que é manobra, sei que é ilegal, sei que vai contra o que a Comissão de Constituição e Justiça já decidiu lá atrás, mas eu tenho de cumprir. É uma decisão
P. Isso quer dizer que não está em seu parecer a questão da propina, pela qual Cunha é investigado na Lava Jato?
R. Não me aperte mais. O que eu posso dizer é que eu respeitei a decisão do Maranhão. Agora, se eu deixei de falar, deixei de citar aqui ou lá, em que medida e de que forma, aí vem o chamado o livre convencimento do julgador. Mas eu não posso antecipar. Só amanhã.
P. Alguns adversários de Cunha comemoram que Waldir Maranhão não está no Brasil nesses dias para tomar qualquer decisão que possa ajudá-lo.
R. Mas o deputado [Fernando] Giacobo está aqui, e também pode agir em nome do Cunha. Só espero que não o faça.
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