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Papa volta de Lesbos com 12 refugiados que acolherá no Vaticano

São três famílias de sírios, entre os quais seis menores, cuja manutenção ficará a cargo do Vaticano

Refugiados acolhidos pelo Vaticano posam para as câmeras no aeroporto de Mitilene, na ilha de Lesbos.
Refugiados acolhidos pelo Vaticano posam para as câmeras no aeroporto de Mitilene, na ilha de Lesbos.FILIPPO MONTEFORTE (AFP)

O papa Francisco acolherá no Vaticano 12 refugiados confinados até agora em um acampamento em Lesbos, ilha grega que o Pontífice visitou. Segundo um comunicado difundido pela Santa Sé sob a assinatura do porta-voz, Federico Lombardi, Jorge Mario Bergoglio viaja de volta à Itália com três famílias de sírios fugidas da guerra. “O Papa”, diz a nota”, quis dar um sinal de acolhida aos refugiados”. Entre a dezena de pessoas que serão abrigadas pelo Vaticano, assistidas em primeira instância pela Comunidade de Santo Egídio, há sete menores de idade. Os membros das três famílias são muçulmanos e provêm de Damasco, a capital do país, e Deir Ezzor, província oriental controlada pelo Estado Islâmico (EI). “Seus lares”, diz a nota, “foram bombardeados”.

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Lombardi especifica no comunicado que um acordo de acolhida foi alcançado com “as autoridades competentes gregas e italianas”. Segundo o Vaticano, os doze sírios chegaram à ilha grega antes de a União Europeia firmar um pacto com a Turquia para a deportação dos imigrantes que desembarquem em solo grego. O compromisso contempla enviar à Turquia todos os que chegarem ilegalmente a partir de 20 de março, incluindo os requerentes de asilo. Em troca, os Estados membros – com exceção da Hungria e Eslovênia – receberão um número de sírios equivalente ao dos expulsos, com um total máximo de 72.000. Desde sua eleição, há três anos, Jorge Mario Bergoglio tem insistido em que a Igreja dê passos concretos para abrigar e integrar os que fogem da fome ou da guerra. Em setembro de 2013, durante uma visita a uma organização dos jesuítas que presta ajuda aos refugiados, pediu que a Igreja se envolva mais com o problema. “Os conventos vazios não são nossos, são para a carne de Cristo que são os refugiados”.

Justo dois anos depois, e ante a surdez de boa parte da comunidade eclesiástica, voltou à carga. Pediu às “paróquias, comunidades religiosas e mosteiros” da Europa que abrissem suas portas às famílias de imigrantes. Por ora, todos os seus chamados caíram no vazio. Não é de estranhar que Francisco desejasse passar à ação, dando o exemplo.

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