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Conselho Europeu pede que imigrantes econômicos evitem a Europa

Presidente do conselho, Donald Tusk afirma que a Grécia “não será mais um país de trânsito”

Foto: reuters_live | Vídeo: Reuters-Live! / AP
Lucía Abellán
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O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, lançou nesta quinta-feira o apelo mais direto e desesperado das instituições europeias até agora para frear o fluxo de migrantes rumo à Europa. Em visita a Atenas, onde 30.000 pessoas permanecem bloqueadas sem poder seguir viagem para o norte da Europa, Tusk pediu a todos os “migrantes econômicos ilegais” que não viajem ao continente.

“Apelo a todos os potenciais migrantes econômicos ilegais, procedam de onde procederem, para que não venham à Europa. Que não acreditem nos traficantes [de seres humanos] e que não ponham suas vidas e seu dinheiro em perigo. Tudo será em vão”, disse Tusk, cuja figura representa os 28 Estados membros da UE, durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.

Bruxelas há meses tenta conter o trânsito de migrantes da Turquia para a Europa. Mas a linguagem empregada por Tusk, referindo-se a “imigrantes ilegais” inclusive na sua conta do Twitter — e o momento em que ocorre, com gargalos de refugiados e migrantes na rota dos Bálcãs, acentuam sua dureza. Tusk salientou que “a Grécia não será mais um país de trânsito”, ou seja, que qualquer pessoa que chegar a esse país não deve ter a pretensão de usá-lo como ponto de partida para seguir viagem na direção da Alemanha, como vem o ocorrendo até agora.

Tsipras, por sua vez, anunciou que a cúpula extraordinária da próxima segunda-feira pedirá “sanções” aos países que não cumprirem o “princípio fundamental” da União Europeia sobre a “divisão solidária dos ônus” entre seus membros.

“Esperamos que se reconheça que a Grécia não pode assumir sozinha o ônus (dos refugiados). O Tratado de Lisboa contempla a divisão solidária dos ônus. Cumprimos nossos compromissos e esperamos que haja sanções para quem não cumprir os seus”, disse o primeiro-ministro grego.

Segundo Tsipras, a Grécia já assumiu um peso maior do que poderia, sem que isso tenha impedido o país de se manter fiel aos princípios culturalmente arraigados de oferecer ajuda aos necessitados.

“A Grécia fará o possível para oferecer ajuda às pessoas que necessitarem... Isso é parte da nossa cultura, outros países têm outra cultura”, disse.

Tsipras considerou “provocativo” a decisão de alguns Estados membros de não participarem da redistribuição de imigrantes já presentes na Itália e na Grécia ou que se mantêm na Turquia e em outros países vizinhos da Síria à espera de poderem entrar na UE. O premiê grego pediu ao bloco continental que aplique com rapidez as regras definidas em um acordo do ano passado, pelo qual a UE se comprometia a redistribuir 160.000 refugiados presentes na Grécia e Itália. Até agora, praticamente nenhum país colaborou.

Tsipras salientou ainda que a Grécia está cumprindo suas obrigações e não só abriu centros de acolhida, onde registra “cada um” dos migrantes e refugiados que chegam às ilhas, como também está devolvendo à Turquia centenas de pessoas que tiveram o pedido de asilo negado.

“Além disso, estamos construindo com rapidez os centros de realocação e de estadia temporária”, acrescentou.

A visita de Tusk a Atenas é parte de uma viagem dele por vários países da chamada rota balcânica, que prosseguiria na tarde desta quinta-feira em Ancara, na quarta em Istambul, e terminará em Belgrado.

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