_
_
_
_

Acordo do clima depende do futuro presidente nos Estados Unidos

Kerry admite que, a partir de 2017, um republicano poderia descumprir o acordo de Paris

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta segunda-feira.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, nesta segunda-feira.Carolyn Kaster (AP)

O Governo do democrata Barack Obama é muito consciente de que o Partido Republicano é seu inimigo em seus esforços contra as mudanças climáticas. Os negociadores norte-americanos se asseguraram de que o pacto aprovado no sábado na Cúpula do Clima de Paris, que foi selado por 195 países, não precisasse ser ratificado pelo Senado. Os republicanos, que minimizam o aquecimento global, têm maioria no Congresso e teriam feito naufragar o acordo (como aconteceu com o pacto sobre o clima de Kyoto em 1997).

Para driblar o voto dos legisladores, os Estados Unidos – o segundo país mais poluente do mundo – conseguiram evitar que o pacto estabelecesse requisitos legais sobre quanto cada país deveria reduzir suas emissões. Ou seja, os planos nacionais serão voluntários e dependerão da estratégia dos governos. Mas o acordo obriga legalmente os países a comunicar e acompanhar a evolução de seus planos.

O Governo confia que esse sistema legal híbrido propiciará uma pressão internacional e uma guinada econômica para as energias limpas suficientemente rigorosas para garantir o cumprimento do pacto nos Estados Unidos quando Obama deixar o Salão Oval em janeiro de 2017.

Nos últimos meses, Obama – que pretende fazer da luta contra as mudanças climáticas parte de seu legado – impulsionou medidas por decreto para reduzir as emissões. Mais de uma dúzia de Estados republicanos recorreram nos tribunais. “Temos um compromisso desde o primeiro dia para avançar na implementação”, disse nesta segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária.

Eleições de novembro

Mas o Governo admite que, de fato, a aplicação do acordo dependerá do próximo presidente. Se um republicano ganhar as eleições presidenciais de novembro de 2016 o risco de o acordo de Paris não ser cumprido disparará.

“Obviamente, se um republicano for eleito, eles têm a capacidade de desfazer as coisas por meio de uma ordem executiva”, disse no domingo à rede ABC o secretário de Estado, John Kerry, que chefiou a equipe norte-americana em Paris. Kerry observou que o povo norte-americano “não aceitará como líder genuíno alguém que não entende a ciência sobre as mudanças climáticas e não está disposto a fazer nada a respeito”.

Mais informações
Obama, uma presidência marcada pela luta contra mudanças climáticas
Acordo marca “virada”, mas ONGs conclamam a não baixar vigilância
Países assinam em Paris histórico acordo contra a mudança climática

O Partido Republicano se opõe a qualquer lei que reduza as emissões poluentes alegando seus possíveis prejuízos econômicos e pondo em dúvida a origem e o impacto do aquecimento global. A maioria dos candidatos republicanos à Casa Branca ignorou o acordo de Paris.

Quem falou mais claro foi o líder republicano do Senado, Mitch McConnell. O senador recordou que a aplicação do pacto depende do plano energético impulsionado por Obama, que qualificou como “provavelmente ilegal”. “Antes de que seus parceiros internacionais abram o champanhe, deveriam recordar que este é um acordo irrealizável”, alertou no sábado.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_