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“Foi uma carnificina. Todos os meus amigos ficaram lá dentro”

Foram cenas de pânico nos arredores da casa de espetáculos Bataclan, em Paris

Um dos policiais na zonaFoto: reuters_live | Vídeo: AFP
Daniel Verdú

A operação para a libertação de reféns na casa de espetáculos Bataclan em Paris deixou uma centena de mortos, o mais sangrento da série de atentados que sacudiu a capital francesa nesta sexta-feira, 13. Na operação policial que pôs fim ao sequestro também morreram três terroristas. No momento do ataque, 1.500 pessoas se encontravam no local.

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Minutos antes de a polícia intervir, a 300 metros da casa de shows, foram ouvidos até sete disparos e seis detonações. Os policiais temiam que os terroristas pudessem explodir o prédio, um dos alvos dos ataques em Paris.

Eduard Veilly, de 39 anos, foi um dos poucos que conseguiram escapar do Bataclan. Ao cruzar o cordão policial estava abalado. “Tinha saído para fumar um cigarro e comecei a ouvir tiros. Entrei correndo, mas com a música ninguém percebia o que estava acontecendo. De repente alguém começou a correr e houve uma debandada. Caí no chão, mas alguém me levantou e consegui escapar, mas todos os meus amigos ficaram lá dentro. Foi horrível, uma carnificina”, explicava Veilly ao EL PAÍS, logo após conseguir sair com vida. Pouco depois, dezenas de ambulâncias deixavam o local. Com sirenes desligadas. Iam para o instituto médico legal.

“Depois de cada rajada, tentávamos nos jogar o mais longe possível dos atiradores”, contou ao Figaro um jovem que estava no Bataclan durante o massacre. “Foi um caos. Uma música do grupo, Eagles of Death Metal, estava terminando quando ouvi algo parecido com rojões. O cantor levantou a guitarra, virei-me e vi um cara com uma arma automática atirando para cima. Todo mundo se abaixou. A partir daí começou o instinto de sobrevivência, e a cada rajada tentávamos nos jogar o mais longe possível dos atiradores”.

Um jornalista do Europe 1 presente no Bataclan contou no site da rede: “Dois ou três indivíduos com o rosto descoberto entraram com armas automáticas do tipo Kalashnikov e começaram a disparar a esmo contra a multidão. Durou uns 10 ou 15 minutos. Foi muito violento e houve um ataque de pânico. Todo mundo correu para o palco pisando uns nos outros”. “Os agressores dispararam umas três vezes. Não usavam máscaras. Eram muito jovens”.

O repórter do Europe 1 explicou que, ao escapar por uma saída de emergência, viu “uma dezena de cadáveres no chão entre poças de sangue”. “Um dos feridos era uma garota com dois impactos de bala que carreguei 50 metros nos braços até entregá-la aos bombeiros”, acrescentou.

Em um raio de dois quilômetros do Bataclan, a cidade está vazia. As poucas pessoas que estavam nos bares da região estão trancadas nesses locais, com as grades meio baixadas. Existe uma sensação de toque de recolher nos arredores.

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