_
_
_
_

Exército nigeriano liberta 700 mulheres e crianças em uma semana

Militares ganham terreno do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram na floresta de Sambisa

José Naranjo
Mulheres e meninos resgatados na floresta de Sambisa.
Mulheres e meninos resgatados na floresta de Sambisa.EFE

Enquanto as Forças Armadas da Nigéria anunciam com estardalhaço cada vitória contra o Boko Haram, como o resgate, esta semana, de quase 700 mulheres e crianças sequestradas pelo grupo terrorista na floresta de Sambisa – ainda não se sabe se entre elas estão as jovens levadas há um ano de um colégio de Chibok –, o certo é que muitos nigerianos mantêm sua desconfiança em relação a um Exército que até três meses atrás não fazia mais do que fugir ante o avanço dos jihadistas. “Vitórias?”, pergunta John Ngamsa, professor de Comunicação Social e Linguística na Universidade Moddibo Adama de Yola, “Será uma vitória quando o território supostamente recuperado estiver sob controle e houver lei e ordem nesse lugar, algo que não ocorreu até agora”, ressalta.

Mais informações
Estado Islâmico faz aliança com o grupo terrorista Boko Haram
Paradeiro desconhecido de 200 garotas nigerianas raptadas
Terrorismo do Boko Haram e a crise econômica oprimem a Nigéria
O general Buhari protagoniza o primeiro revezamento democrático de poder na Nigéria

O Exército da Nigéria, em colaboração com as Forças Armadas dos países fronteiriços Chade, Níger e Camarões, lançou em fevereiro uma ampla operação militar que conseguiu expulsar o Boko Haram de cerca de 60 localidades que tinham sido ocupadas pelos terroristas. No entanto, a população ainda não pôde regressar porque os insurgentes continuam ocupando zonas desabitadas dos arredores, principalmente nas florestas e zonas montanhosas, onde têm mais facilidade para se esconder – e de onde seguem lançando ataques. Há poucos dias, por exemplo, eles invadiram os povoados de Mafa e Marte, no estado de Borno, matando dezenas de pessoas.

Outra área em que o Boko Haram impôs uma forte presença é nas proximidades do Lago Chade. Há uma semana, centenas de jihadistas atacaram a ilha nigerina de Karamga, matando pelo menos 74 soldados e civis, segundo o Governo do país vizinho, que informou que 156 dos insurgentes também morreram nos combates. “Estamos falando de um vasto território que segue fora de controle. [Os jihadistas] ainda estão aí, escondidos, atacando hoje em um lugar e amanhã em outro”, afirma Ngamsa. Além dos anunciados triunfos militares, a recente vitória eleitoral do ex-general Muhammadu Buhari, considerado um político de linha dura em comparação com o ainda presidente Goodluck Jonathan – acusado de atuar com muita fraqueza –, é mais um elemento de esperança para os nigerianos, mas a sensação que se estende pelo país é a de que esta guerra está longe de ter acabado.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_