Cerveró volta atrás e retira nome de Dilma de lista de testemunhas
Advogado do ex-diretor da Petrobras havia incluído presidenta entre nove nomes Depoimento de Nestor Cerveró foi adiado pela segunda vez nesta segunda-feira
O advogado do ex-diretor da área internacional da Petrobras Néstor Cerveró, Edson Ribeiro, antecipou, na semana passada, uma estratégia de defesa que acabaria por implicar a presidenta Dilma Rousseff pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, quando o depoimento de Cerveró à Polícia Federal foi adiado pela segunda vez, o defensor do executivo chegou a incluir a presidenta no rol das testemunhas de defesa em um processo sobre acusação de recebimento de propina, mas, três horas depois, retirou o pedido, por instrução do próprio cliente.
Segundo o advogado, Cerveró lhe explicou que a compra de navios-sonda, pela qual o ex-diretor da Petrobras está implicado, não passou pelo Conselho de Administração da estatal, presidido à época por Dilma, o que tornaria inócuo um depoimento da petista. Após a retirada de Dilma, o nome mais notável da lista fica sendo o do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.
A defesa de Cerveró indicou oito testemunhas de defesa na ação penal em que o ex-diretor é acusado de receber propina para facilitar a compra de sondas de perfuração. Além de Gabrielli, permanece na lista Eloy Fernández y Fernández, atual presidente da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP).
Nessa ação penal, que levou Cerveró à prisão preventiva, também foram denunciados o doleiro Alberto Youssef, o empresário Fernando Soares — conhecido como Fernando Baiano — e Júlio Camargo, um dos delatores do esquema de corrupção na Petrobras. Na denúncia, o Ministério Público sustenta que Cerveró, Soares e Júlio Camargo acertaram o pagamento de propina em contratos com a petroleira no total de 15 milhões de dólares.
O juiz
Também nesta segunda-feira, o juiz responsável pela Operação Lava Jato, Sérgio Moro, rebateu pedido de advogados para que se declarasse impedido de relatar os processos do caso. “Não se vislumbra como o acordo celebrado entre MPF e Alberto Youssef e homologado pelo Supremo Tribunal Federal poderia, conforme argumentação da defesa, gerar a suspeição deste julgador. Falta evidente conexão entre causa e efeito na argumentação das defesas”, defendeu em despacho do processo.
Na semana passada, a defesa do presidente da OAS, José Adelmário Filho, um dos detidos pela Operação Lava Jato, pediu que o juiz federal se declarasse suspeito para julgar o caso. Segundo os advogados, Moro não pode continuar conduzindo os processos porque se declarou impedido de julgar outra ação envolvendo Youssef em 2010. Para os defensores, o juiz "jamais" poderia relatar os processos relacionados à Lava Jato e dar validade a um "questionável e imoral" acordo de delação premiada firmado com o doleiro.
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