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Começa o resgate de restos humanos do voo MH17 no solo da Ucrânia

Um comboio com 60 especialistas holandeses e australianos encarregados da investigação chega pelo segundo dia à zona do acidente Os legistas chegam aos restos do MH17 depois de 14 dias do acidente

Declarações da equipe de legistas (com legendas em espanhol)Foto: reuters_live
Isabel Ferrer

Um grupo de 60 especialistas em repatriação de cadáveres começou seu trabalho no leste da Ucrânia, na zona onde caiu o avião das linhas aéreas malásias derrubado há duas semanas. A equipe, formada por holandeses e australianos, e supervisionada por observadores da Organização Para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), procura os restos de corpos do voo MH17, que transportava 298 pessoas, que ainda não foram recolhidos. “Depois de ter inspecionado o terreno na quinta-feira, conseguimos entrar de novo. Se encontrarmos restos humanos, eles serão trazidos imediatamente”, disse Pieter Jaap Aalbersberg, chefe da missão holandesa. Kees Kujis, que lidera os efetivos da polícia militar holandesa deslocados até o lugar (sem uniforme nem armas), classificou o cenário de “impressionante”. Aos seus colegas legistas e demais peritos só consegue dizer “palavras de admiração e respeito”.

Segundo Gert-Jan Dennekamp, repórter da televisão nacional holandesa (NOS) na Ucrânia, “tudo o que puder ser recolhido, sejam restos humanos ou até objetos pessoais, será carregado em caminhões frigoríficos e enviado à cidade de Carcóvia”. Dali viajarão à Holanda, onde a equipe internacional de legistas encarregado da identificação trabalha. Os especialistas esperam poder ampliar seus efetivos a partir do próximo domingo para acelerar a tarefa. Quer dizer, o mais provável é que não regressem hoje, na sexta-feira, a Donetsk para dormir. A rota de retorno não é mais segura e pensam em pernoitar em Artemivsk, a 100 quilômetro do avião abatido.

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Esta manhã rastrearam o enclave a partir de um mapa elaborado durante a primeira viagem, onde estão identificados os pontos onde esperam encontrar restos dos 80 passageiros (segundo fontes do Governo australiano), que ainda não foram resgatados. O cálculo pode variar porque foi elaborado sobre os passaportes recolhidos, a lista de passageiros e o conteúdo dos 227 caixões levados até o momento para a Holanda. Mark Rutte, primeiro-ministro holandês, repetiu em várias ocasiões que a “repatriação não será fácil, mas continua sendo nosso principal objetivo”.

Paralelamente, Moscou entregou hoje à comissão de investigação ucraniana os dados dos controladores aéreos da fronteira russa relativos ao acidente do voo MH17, informa a agência Efe. “Os dados sobre a situação aérea do centro de controle regional de Rostov”, limítrofe com a província ucraniana de Donetsk, onde caiu o avião, foram entregues por representantes da agência federal da aviação russa, Rosaviatsiya, informaram as agências russas.

Enquanto naquela área se trabalha contra o relógio, a 23 quilômetros da zona do acidente continua a luta entre separatistas e soldados ucranianos. A cifra de baixas é confusa, com as duas partes atribuindo-se avanços mortais, mas a televisão estatal fala de dez militantes de seu Exército mortos nesta manhã, enquanto que os separatistas afirmam ter matado 20 soldados ucranianos em uma emboscada. No Twitter, um porta-voz militar de Kiev dá as seguintes cifras: “23 mortos e 93 feridos nas últimas 24 horas de luta contra os terroristas”. Estava se referindo a todos os caídos no leste da Ucrânia durante a última jornada. As mesmas fontes citam um ataque aéreo lançado contra os rebeldes “na estrada que une as populações de Donetsk e Lugansk”. Entre as duas é que ocorreu a queda do avião da Malaysian Airlines.

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