A Justiça de São Paulo nega a libertação de Fábio Hideki
Detido há quase um mês, o funcionário público é acusado de ser um dos líderes dos black bloc no Estado, o que ele nega
A Justiça de São Paulo negou o pedido de liberdade do ativista social Fábio Hideki Harano. Preso há quase um mês, o funcionário público e estudante de jornalismo de 27 anos é acusado de ser um dos líderes dos manifestantes da tática black bloc na capital paulista. Hideki, seus familiares e seus advogados negam que ele seja adepto a esse movimento e dizem que é um militante independente que foi pego como “bode expiatório”.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Tribunal de Justiça limitou-se a informar que a Terceira Câmara de Direito Criminal do órgão negou o pedido feito pelos defensores do suspeito. A assessoria alegou que o caso tramita sob sigilo judicial e, por essa razão, não poderia fornecer os argumentos defendidos pelos magistrados nem outros detalhes da decisão.
Após sua prisão, Hideki se tornou uma espécie de símbolo dos movimentos sociais do Estado
Hideki foi preso no último dia 23 de junho juntamente com o professor de inglês Rafael Marques Lusvargh. Eles são acusados de cinco delitos: posse de arma de fogo de uso restrito (coquetel molotov), incitação ao crime, associação criminosa, resistência e desobediência. Os dois suspeitos estão na penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo. Esse presídio concentra a maior parte dos criminosos considerados midiáticos, ou seja, os delitos que tiveram grande repercussão na sociedade paulista.
Após sua prisão, Hideki se tornou uma espécie de símbolo dos movimentos sociais do Estado. Vários alunos e funcionários da Universidade de São Paulo, onde ele estuda e trabalha, além de representantes de sindicatos laborais e outras entidades já se manifestaram a favor dele. Na Internet há diversos vídeos de apoio ou manifestos pedindo a libertação do ativista.
Na ocasião de sua detenção durante um protesto contra a Copa do Mundo, Hideki teve sua mochila revistada diante de várias câmeras e, conforme dizem seus defensores e testemunhas, nada de ilegal foi encontrado. Na mochila havia apenas água, vinagre, salgadinhos e outros pertences pessoais. Mesmo assim, ele foi levado por policiais à paisana para o Departamento de Investigações Criminais (DEIC). Conforme relataram seus defensores, Hideki foi agredido por policiais, que introduziram um coquetel molotov na sua mochila.
Em entrevista por telefone nesta terça-feira, a biomédica Helena Harano, mãe de Hideki, disse que mesmo diante da negativa de hoje, a família ainda está esperançosa da libertação dele. “Sabemos que ele não fez nada do que é acusado”, disse. Os advogados do militante aguardam a publicação do voto dos desembargadores para se manifestarem sobre o caso. Essa foi a segunda derrota do militante judicialmente. No início do mês, a Justiça já tinha negado um pedido de libertação dele.
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