Soledad Gallego-Díaz: “Prefiro coisas curtas e intensas; fui feliz nesta Redação formidável e poderosa”
Diretora do EL PAÍS se despede do jornal acompanhada de seu sucessor, Javier Moreno
Quando, há dois anos, o executivo-chefe do grupo Prisa, Manuel Mirat, e a jornalista Soledad Gallego-Díaz começaram a falar sobre sua nomeação como diretora do EL PAÍS, ela só impôs como condição que a duração de seu mandato fosse de dois anos. O prazo expirou neste mês, e chegou a hora de nomear seu sucessor. Javier Moreno, que até agora era o principal responsável pela edição América, será ratificado nos próximos dias.
Nesta segunda-feira, a Redação foi comunicada da mudança através de uma transmissão de vídeo aberta a todos os funcionários, que desde março vêm trabalhando em suas casas. Na Redação só se encontravam o executivo-chefe do Prisa, Manuel Mirat, o executivo-chefe do Prisa Notícias, Alejandro Martínez Peón, a diretora Soledad Gallego-Díaz e o subdiretor de Vídeo e Fotografia, Carlos de la Vega. Javier Moreno participou da sua casa, onde permanece em quarentena porque acaba de retornar do México. “Prefiro coisas curtas e intensas. Nada disto que aconteceu aqui teria sido possível sem esta Redação, que é o melhor que o EL PAÍS possui. É formidável e poderosa. Graças a essa independência de critério foi possível enfrentar desafios que nem sequer suspeitávamos, como a pandemia”, disse Gallego-Díaz. “Nossos jornalistas sabem o sentido do trabalho que fazem e o que significa o título com o qual estão comprometidos”, acrescentou.
Mirat dedicou algumas palavras de despedida à diretora: “Foi um privilégio para mim e toda a Redação. Você demonstrou confiança, afeto, e estou muito orgulhoso da dedicação e da generosidade de apostar em um momento em que havia muitos desafios. Você enfrentou todos eles de maneira extraordinária, fico com a união da Redação e a coesão que existe atualmente”. O executivo-chefe do Grupo Prisa resumiu dois anos de desafios e de momentos doces e amargos: “Eu te vi feliz e fico emocionado ao ver que você fez a equipe feliz e estabeleceu o que me parecia um desafio. Você cumpriu e me parece que era a única pessoa capaz de fazer isso, e de fazer tudo isso em dois anos”.
Martínez Peón também reconheceu o esforço de Gallego-Díaz: “Você recuperou o EL PAÍS de sempre, no qual todos os leitores se reconhecem. O jornal ganhou influência, prestígio e qualidade. Esta é a enorme base sobre a qual nos apoiamos para prosseguir.”
Restaurar a credibilidade moral é a coisa mais importante que Sol fez; sempre lhe seremos gratos. Temos confiança no futuro do jornalJAVIER MORENO
Javier Moreno exaltou o legado deixado por sua antecessora e prometeu seguir a mesma linha: “Restaurar a credibilidade moral é a coisa mais importante que Sol fez; sempre lhe seremos gratos. Temos confiança no futuro do jornal, vai sendo posto em ação um modelo com o qual seremos capazes de obter os recursos necessários para fazer o jornalismo que nossos leitores exigem. Como diziam os clássicos: Sol, aqui e agora, muito obrigado”.
Com a diretora, deixa a direção Joaquín Estefanía, adjunto à Diretoria. Gallego-Díaz também dedicou algumas palavras a ele: "Joaquín é um grande amigo, aceitou vir e parte agora também comigo, era um compromisso pessoal". Ela também se dirigiu aos quatro diretores adjuntos que nomeara para acompanhá-la em seu projeto: Jan Martínez Ahrens, Mónica Ceberio, Borja Echevarría e Miquel Noguer (diretor da edição da Catalunha). “Foram incansáveis. Nunca falharam e sempre disseram o que pensavam, foram eficazes e rápidos.”
Há apenas um mês, o EL PAÍS iniciou uma nova etapa com um novo modelo de assinatura digital sob o mandato de Gallego-Díaz. Agora, Moreno dá prosseguimento a esse projeto. “O futuro é global e digital, dizemos isso há décadas e já estamos lá, os números são retumbantes nos dois lados do Atlântico. A robustez do jornal se baseia em duas coisas: um conjunto de valores que se conectam com milhões de cidadãos que se encontram órfãos de uma mídia em que possam se reconhecer e o trabalho jornalístico de alto nível.” Palavras que foram respaldadas por Mirat: “Estou ciente de que precisamos de tempo para assentar definitivamente o modelo, mas estou convencido de que temos todas as bases e, acima de tudo, temos o capital humano”.
Martínez Peón se dirigiu à Redação para reconhecer o enorme esforço que vem realizando desde o início da pandemia: “A crise da saúde levou a outra, a econômica. É um momento extremamente turbulento. O trabalho que vocês fazem adquire muito mais importância, é um projeto fortemente vinculado ao conceito de sociedade que o EL PAÍS tem. São nossos milhões de leitores que o necessitam e que buscam as chaves para entender tudo o que está acontecendo”.
Sol Gallego-Díaz se despediu de uma Redação à qual continuará vinculada e que faz parte de sua vida: “Os tempos passam, há um momento para cada coisa, este foi magnífico. Muita sorte, fica uma equipe formidável e uma Redação verdadeiramente comprometida”.
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