Helicóptero em que viajava o presidente Iván Duque é atacado a tiros na Colômbia

Tanto o mandatário como a comitiva saíram ilesos. Atentado ocorreu ao tentar aterrissar na cidade de Cúcuta, onde na semana passada carro-bomba deixou 36 soldados feridos

Marcas de bala no helicóptero por onde viajava Iván Duque, em imagens divulgadas pela presidência da Colômbia. No vídeo, mais imagens.
Catalina Oquendo
Mais informações
El presidente  Iván Duque, durante una entrevista con EL PAÍS en el Palacio de Nariño, en Bogotá
Iván Duque: “Não vou aceitar que ninguém sangre a Colômbia até a morte”
Manifestantes contra el Gobierno de Iván Duque
Líderes dos protestos na Colômbia anunciam suspensão temporária das mobilizações
America del Sur
América do Sul, a grande convulsão

Uma aeronave que levava o presidente da Colômbia, Iván Duque, sofreu um atentado a tiros na tarde desta sexta-feira, segundo informações divulgadas pelo próprio Governo. “Após realizar um compromisso em Sardinata na região do Catatumbo colombiano e nos aproximando para aterrissar na cidade de Cúcuta, o helicóptero presidencial foi vítima de um atentado”, afirma um comunicado da presidência.

No helicóptero Black Hawk também viajavam o ministro da Defesa, Diego Molano, o ministro do Interior, Daniel Palacios, e o governador do Norte de Santander, Silvano Serrano. Todos saíram ilesos. “Tanto o dispositivo aéreo como a capacidade da aeronave evitaram que o ataque fosse letal”, disse Duque. A presidência divulgou algumas imagens onde é possível ver os impactos de bala contra o helicóptero, alguns deles contra as hélices.

O presidente chamou o fato de “atentado covarde” e disse que o helicóptero ficou com marcas de bala. “Como Governo não vamos esmorecer na luta contra o narcotráfico, o terrorismo e os grupos do crime organizado que operam no país”, disse o mandatário. “Não vão nos amedrontar com violência e atos de terrorismo”, acrescentou em Cúcuta. Duque não indicou quem poderiam ser os responsáveis, mas a região é um barril de pólvora onde convivem guerrilhas, grupos paramilitares e narcotráfico.

Nessa mesma cidade ocorreu, na semana passada, um atentado com carro-bomba contra a Brigada 30 do Exército. O fato deixou 36 soldados feridos. A base tem a presença de militares norte-americanos. E ainda que o Governo aponte membros da frente urbana de guerra do Exército de Libertação Nacional (ELN), sob as ordens de Antonio García, membro do Comando Central do grupo armado, o Governo não descarta outras organizações criminosas.

O ataque desta sexta-feira gerou reações dos principais dirigentes políticos do país. O ex-presidente Álvaro Uribe, padrinho político do presidente, expressou seu alívio pelo fato de que “o presidente Duque e os membros de sua comitiva saíram ilesos. Graças a Deus”. O prefeito de Medellín, Daniel Quintero, declarou que “aqueles que tramaram este ataque queriam tirar suas vidas e a democracia de todos os colombianos”. O opositor Gustavo Petro também repudiou o ataque: “Quaisquer que sejam as distâncias que nos separam, rejeito o ataque ao presidente. Uma democracia consiste em ninguém morrer por suas ideias “, disse ele.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos também condenou o “suposto ataque ao helicóptero presidencial em Cúcuta”. O diretor da Human Rights Watch para as Américas, José Miguel Vivanco, também se manifestou: “Repudio categoricamente o ataque ao helicóptero em que viajava o presidente Iván Duque”, disse Vivanco.

Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$

Clique aqui

Apoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui

Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS