Chile e Equador se adiantam na América do Sul e autorizam vacina da Pfizer

Primeiras doses podem chegar ao Chile neste domingo, enquanto os equatorianos esperam as primeiras 50.000 unidades em janeiro

Um trabalhador de saúde caminha em frente ao Instituto Chileno de Saúde Pública, em Santiago, após a autorização do uso da vacina Pfizer.Esteban Felix (AP)
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Chile e Equador autorizaram a vacina contra a covid-19 do laboratório norte-americano Pfizer, seguindo os passos do México, que na semana passada se tornou o primeiro país da região a aprovar sua autorização. Em Santiago, o Governo tomou a decisão nesta quarta-feira, de forma unânime, por um grupo de 22 especialistas e químicos farmacêuticos do Instituto de Saúde Pública (ISP), a agência reguladora chilena. O presidente Sebastián Piñera anunciou para esta quarta-feira à noite uma rede nacional para informar sobre os detalhes do plano de imunização de seu país, onde 15.959 pessoas morreram desde março e há sinais de recrudescimento da pandemia, o que indica o perigo de uma segunda onda da doença, com 1.402 novos casos nas últimas 24 horas.

“A aprovação está a caminho”, disse o diretor do ISP, Heriberto García. “É um momento histórico para o Chile”, acrescentou. Para o ISP, seus tempos de desenvolvimento “são os necessários para garantir qualidade, segurança e eficácia” e o Chile está preparado do ponto de vista logístico para armazená-las e distribuí-las.

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O pedido de aprovação emergencial da vacina desenvolvida pela Pfizer e pela alemã BioNTech, que exige refrigeração a 70°C abaixo de zero, deu entrada no ISP em 27 de novembro. De acordo com a resolução de hoje, os maiores de 16 anos poderão ser imunizados. O Governo chileno tem um acordo com a Pfizer para enviar doses suficientes para vacinar cinco milhões de pessoas, mas o primeiro lote chegaria a partir de domingo. O laboratório chinês Sinovac, por sua vez, enviará vacinas para outros cinco milhões de cidadãos, que começarão a chegar antes de 15 de janeiro. Segundo o plano do Executivo, serão imunizados cerca de 16 milhões de pessoas no Chile, país com 17,5 milhões de habitantes. O Executivo informou que, adicionalmente, foram firmados acordos com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca e a Janssen/Johnson & Johnson. O país sul-americano faz parte da aliança Covax ―liderada pela OMS― que lhe permitiria ter acesso a mais uma quantidade de doses.

“Como Governo, valorizamos a aprovação da vacina pelo ISP, é uma ferramenta que nos permitirá enfrentar não apenas a crise sanitária, mas também a crise social e econômica que a pandemia gerou”, afirmou o ministro do Interior chileno, Rodrigo Delgado. O Executivo chileno decidiu que a vacinação começará com os profissionais de saúde e seguirá com os grupos de risco, como os idosos.

O Governo equatoriano, por sua vez, aprovou a vacina Pfizer-BioNTEch contra a covid-19 na noite de terça-feira. As primeiras 50.000 doses chegarão a partir de janeiro, segundo o ministro da Saúde, Juan Carlos Zevallos, e serão distribuídas a dois dos grupos populacionais mais expostos à doença: os profissionais de saúde de primeira linha e aqueles que residem ou trabalham em casas de repouso. Essa primeira etapa da vacinação, chamada fase zero, será concluída em março com a segunda dose da vacina. Até essa data, espera-se também a chegada de novas doses adicionais destinadas à população vulnerável, ao resto dos trabalhadores da Saúde e demais órgãos de segurança do Estado, como policias e bombeiros.

O ministro da Saúde do Equador ratificou a intenção de vacinar nove milhões de cidadãos em 2021, cerca de 60% da população, mas deixando de fora aqueles que já foram infectados. O último levantamento do Ministério da Saúde aponta quase 203.500 casos positivos no país em 10 meses, desde que o primeiro caso foi detectado no final de fevereiro. Além disso, 13.915 mortes foram contabilizadas entre casos confirmados e com a covid-19 como causa provável de morte.

A vacina será distribuída gratuitamente no Equador a partir de hospitais-sentinela e postos de vacinação. Para tanto, o Governo trabalha para organizar a logística que garanta a cadeia de frio exigida pela vacina da Pfizer-BioNTech. Segundo as autoridades, entre 10.000 e 15.000 pessoas também estão sendo capacitadas para o processo de vacinação em massa que começará em março e se estenderá pelo resto do ano para os maiores de 18 anos. Isso inclui as fases 2 e 3 da Pfizer, bem como a chegada das outras opções que já estão em negociação com o Equador: Covaxx, Oxford e AstraZeneca e Covax Facility.

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