Novos relatórios reforçam eficácia e segurança das primeiras vacinas contra o coronavírus
Autoridades norte-americanas confirmam a proteção do produto do Pfizer, enquanto Oxford divulga os resultados de seus últimos ensaios antes da aprovação para o uso
As vacinas contra o coronavírus mais adiantadas entraram em sua velocidade de cruzeiro. Enquanto as autoridades sanitárias dos Estados Unidos confirmaram que a desenvolvida pelo laboratório Pfizer e a empresa biotecnológica BioNTech oferece um elevada proteção contra o vírus, a Universidade de Oxford e a companhia AstraZeneca publicaram seus últimos resultados antes de solicitar a aprovação do seu produto.
Coincidindo com o início das vacinações no Reino Unido com a vacina Pfizer/BioNTech, a Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) confirmou a segurança e eficácia dessa imunização. Em um relatório, a FDA destaca que já na primeira dose a inoculação é efetiva em um percentual superior a 50%. Sete dias após a segunda dose, a eficácia sobe para 95%, segundo a agência Efe.
Na próxima quinta-feira, a FDA deve revisar os estudos e relatórios apresentados pela Pfizer e BioNTech com vistas à aprovação de sua vacina nos EUA. Se obtiver essa autorização, a vacinação poderia começar já neste fim de semana. Segundo as duas empresas, estariam disponíveis até 20 milhões de doses, que serviriam para vacinar aos primeiros 10 milhões de norte-americanos antes do final deste ano.
No relatório final recebido pelo FDA se detalha que esta vacina ofereceu uma proteção reforçada aos voluntários que participaram dos ensaios independentemente de sua raça, idade e peso. Enquanto isso, conforme o jornal The New York Times, não foram relatados efeitos secundários graves, além de ocasionais dores de cabeça ou febre.
Resultados revisados
No outro lado do Atlântico, a revista médica The Lancet acaba de publicar os resultados da última fase de ensaios da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford com o laboratório AstraZeneca. Baseados na análise de ensaios com 11.636 participantes no Reino Unido, África do Sul e Brasil, esses dados confirmam o que já havia sido antecipado há algumas semanas e foi revisado agora por outros cientistas: a eficácia do tratamento com duas doses alcança 70,4% após 14 dias de inoculação da dose complementar. E se confirma que esta sobe para 90% naqueles que receberam apenas meia dose na primeira injeção.
O artigo científico detalha que, após 21 dias da primeira dose, não houve nenhuma hospitalização entre os vacinados. Enquanto isso, 10 dos voluntários do grupo de controle tiveram que ser internados, e um deles faleceu.
O presidente-executivo do laboratório anglo-sueco, o francês Pascal Soriot, disse em nota que “os resultados mostram que a vacina é efetiva contra a covid-19, destacando a ausência de infecções graves e sem nenhuma hospitalização entre o grupo de vacinados, assim como sua segurança e boa tolerância”. “Começamos a enviar os dados às autoridades reguladoras de todo o mundo para uma aprovação urgente, e nossa cadeia de suprimento já está em funcionamento, preparada para começar a distribuir centenas de milhões de doses numa escala global e sem custo”, acrescentou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre cerca de 50 vacinas atualmente em fase de ensaios clínicos, 12 se encontram na fase final de testes. Além das inoculações da Pfizer e de Oxford, destacam-se cinco chinesas, a indiana da Bharat Biotech, a russa Sputnik V e as norte-americanas dos laboratórios Janssen, Medicago, Novavax e Moderna.
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