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Trump afirma que deixará a Casa Branca se Colégio Eleitoral confirmar Biden

Republicano, porém, ainda se nega a assumir derrota, insiste em denunciar fraude nas urnas e diz que até 20 de janeiro “muita coisa vai acontecer”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua entrevista coletiva na Casa Branca.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante sua entrevista coletiva na Casa Branca.Patrick Semansky (AP)
María Antonia Sánchez-Vallejo

Ainda relutante em admitir sua derrota e teimando em denunciar uma suposta fraude nas eleições presidenciais de 3 de novembro, que resultaram na vitória ao democrata Joe Biden, o presidente Donald Trump deu nesta quinta-feira mais um passo em direção à saída da Casa Branca. Em declarações a jornalistas durante o feriado de Ação de Graças, o republicano anunciou que deixará o Salão Oval se o Colégio Eleitoral, encarregado de certificar a vitória do ganhador das eleições, votar a favor do seu rival democrata. É o mais perto que o magnata chegou até agora de admitir não sua derrota, mas o triunfo de Biden.

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A primeira concessão havia ocorrido na segunda-feira, quando Trump determinou ao Serviço Geral da Administração (GSA, na sigla em inglês) que forneça à equipe de transição de Biden o que for necessário (de recursos federais a relatórios de inteligência) para iniciar a troca de comando. Mas na quinta-feira Trump insistiu que será difícil que admita sua derrota, “dadas as circunstâncias”, além de evitar dizer se estará presente na posse de Biden em 20 de janeiro. “Deixarei a Casa Branca, sem dúvida, e isso vocês sabem”, afirmou aos jornalistas que lhe perguntaram o que fará se o Colégio Eleitoral confirmar Biden. “Mas se fizerem isso, cometerão um erro”, argumentou. “Acredito, porém, que muita coisa vai acontecer até 20 de janeiro. Um monte de coisas. Descobriu-se uma fraude maciça. Somos como um país do Terceiro Mundo”, insistiu o republicano, sem oferecer qualquer prova das irregularidades que denuncia.

Os delegados que compõem o Colégio Eleitoral se reunirão em 14 de dezembro para certificar a vitória de Biden, que superou Trump por mais de seis milhões de votos na soma da população e reuniu 306 votos eleitorais —36 a mais do que seria necessário—, contra 232 do republicano. A relutância do magnata em facilitar a transferência de poder e a guerra judicial travada para impugnar o resultado em vários Estados vinham impedindo até agora um trâmite historicamente bem azeitado.

Também esta quinta-feira, Trump anunciou que viajará à Geórgia na semana que vem para apoiar os candidatos republicanos no segundo turno para as eleições do Senado no Estado, em 6 de janeiro. O resultado pode determinar o controle do Senado federal, e por isso ele parece não dar a batalha por perdida. Mas, diferentemente de anos anteriores, quando no Dia de Ação de Graças costumava visitar de surpresa soldados norte-americanas no exterior, neste ano o mandatário se limitou a realizar uma teleconferência com comandantes militares da Casa Branca, com a subsequente entrevista coletiva, após passar o resto do dia jogando golfe.

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