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OMS alerta que talvez nunca se descubra um remédio contra a covid-19

A taxa de letalidade da doença beira 0,6%, segundo os últimos estudos citados pela entidade

Cecilia Jan
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em 3 de julho, em Genebra.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em 3 de julho, em Genebra.POOL New (Reuters)
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Cairo (Egypt), 03/08/2020.- People wear face masks and maintain a minimum social distance between each other as they attend a mass led by priest Abdel Masseh Baset of the Historical Church of Blessed Virgin Mary at Mostorod district in Cairo, Egypt, 03 August 2020. Coptic Churches in Egypt were allowed to reopen on 03 August after several months of closure due to the ongoing pandemic of the COVID-19 disease caused by the SARS-CoV-2 coronavirus. The services must now follow certain safety guidelines such as body temperature checks and social distancing measures. (Abierto, Egipto) EFE/EPA/KHALED ELFIQI
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A bala de prata, segundo a lenda, é o único tipo de munição capaz de matar o lobisomem. E, apesar das várias tentativas de encontrar a bala de prata que acabe com o coronavírus, “pode ser que nunca exista”. Esse foi o alerta feito nesta segunda-feira por Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), que usou essa expressão popular em inglês para se referir a uma panaceia, um remédio definitivo contra uma doença que infectou 17,5 milhões de pessoas e causou 686.000 mortes em todo o mundo em apenas alguns meses.

“Várias vacinas estão na fase três dos ensaios clínicos e todos nós esperamos que delas saiam vacinas eficazes para ajudar a impedir que as pessoas se infectem, mas, no momento, não há bala de prata e pode ser que nunca exista”, disse o chefe da OMS em uma conferência de imprensa desde Genebra. Por esse motivo, Ghebreyesus fez um chamado para a perseverança nas medidas que até agora deram resultado na contenção da pandemia, “o básico em saúde pública e controle de doenças: testes, isolamento, tratamento de pacientes e rastrear e pôr em quarentena os seus contatos”, lembrou o especialista. Para os cidadãos, “máscaras, distanciamento seguro, higiene frequente das mãos e tossir de forma segura em relação aos outros”. “Façam tudo”, ele insistiu.

Os especialistas desse órgão da ONU enfatizaram a necessidade de interromper a cadeia de contágios, já que o percentual de mortes entre os infectados é “muito alto”. A chefa do Departamento de Doenças Emergentes da OMS, María Van Kerkhove, explicou que, embora o porcentual de mortes entre os casos diagnosticados de covid-19 (686.000 de 17,5 milhões) esteja próximo de 4%, a taxa real provavelmente é menor do que 1%, mais especificamente, 0,6%, segundo os estudos citados por ela. Embora seja um porcentual que, “em princípio, pode não parecer muito alto, na realidade é, se for levada em consideração a grande capacidade de transmissão” da doença.

Ghebreyesus pediu aos países que conseguirem controlar a transmissão que se mantenham vigilantes, já que "suspender as restrições cedo demais pode dar origem a surtos". Por sua vez, o diretor de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, alertou que em países com alta transmissão da doença, como Brasil e Índia, "o caminho de saída ainda é longo" e requer um "compromisso sustentado". Em alguns casos, antecipou, será necessário que os Governos deem um passo atrás e reconsiderem sua estratégia para verificar se estão fazendo tudo o que podem contra o vírus.

Manter o aleitamento materno

O diretor-geral da OMS também enfatizou que os serviços de saúde devem fomentar a amamentação, mesmo que se suspeite ou se confirme que as mães ou seus bebês estão com covid-19. “Os benefícios superam em muito os riscos de contágio”, disse Ghebreyesus, por ocasião da Semana Mundial do Aleitamento Materno, que vai de 1 a 7 de agosto.

Ele também pediu que seja mantido o contato pele a pele com o recém-nascido, o método canguru. Durante a pandemia, a falta de informações sobre as consequências da doença em mulheres grávidas e nos bebês ―bem como o medo de contágio― fez com que muitos hospitais abandonassem essas práticas e separassem as mães dos recém-nascidos, apesar de a OMS quase desde o início ter informado que isso não era necessário.

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