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Coronavírus provocará entre 100.000 e 240.000 mortes nos EUA, segundo projeções da Casa Branca

Presidente Trump adverte que a situação será “muito dolorosa durante duas semanas”

Pablo Guimón
O presidente Donald Trump.
O presidente Donald Trump.EFE
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Workers prepare an emergency field hospital to house coronavirus patients for their isolation and recovery with a capacity of over 2000 beds at the Anhembi Convention Center, in Sao Paulo, Brazil on March 26, 2020. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP)
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A mensagem da Casa Branca é dramática. A projeção indica que o coronavírus provoque entre 100.000 e 240.000 mortes nos Estados Unidos. Isso na melhor das hipóteses, explicou a doutora Deborah Birx, coordenadora de resposta à pandemia: desde que sejam mantidas as diretrizes de distanciamento social. Respeitá-las, afirmou Donald Trump, “é uma questão de vida ou morte”. “Vamos passar duas semanas muito difíceis”, alertou o presidente. “Será doloroso, muito doloroso durante duas semanas.”

“Quero que todos os americanos estejam preparados para os dias difíceis que teremos pela frente”, pediu Trump, na intervenção mais grave que já realizou, no dia em que o número de mortos por coronavírus nos Estados Unidos ultrapassou o dos que morreram nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Nesta terça-feira à tarde o número de casos confirmados de Covid-19 no país superava os 183.000 e o coronavírus havia causado mais de 3.700 mortes, número que triplicou desde quinta-feira.

O presidente e o vice-presidente, assim como as autoridades presentes na entrevista coletiva diária, quiseram transmitir ao público que o sucesso ou o fracasso depende do rigoroso respeito às medidas de distanciamento. “A mitigação é a resposta”, disse o epidemiologista Anthony Fauci, homem-chave na estratégia da Casa Branca contra o coronavírus. “Os 15 dias de mitigação tiveram efeito. A razão pela qual sabemos que precisamos fazer mais 30 dias é que agora é o momento de não tirar o pé do acelerador, mas de pisar ainda mais.”

No domingo, Trump anunciou que estende as diretrizes de distanciamento social até 30 de abril. Há apenas uma semana ele havia manifestado a intenção de começar a levantar as medidas até 12 de abril. “Adoraria ter o país aberto para o domingo de Páscoa”, disse ele. “O remédio é pior que a doença”, acrescentou, referindo-se ao colossal dano econômico que as medidas já estão provocando. A crua realidade se encarregou de frustrar seus planos.

A doutora Birx explicou que os modelos iniciais previam entre 1,5 milhão e 2,2 milhões de mortes. Mas isso era sem medidas de distanciamento social para retardar a propagação do vírus. Birx e Fauci discutiram a importância do fato que os Estados que ainda não experimentaram a aceleração de casos de Nova York (75.800) ou Nova Jersey (18.600) atuem já para achatar a curva de expansão do vírus. “Não aceitamos esses números”, disse Fauci, referindo-se às entre 100.000 e 240.000 mortes que prevê o modelo que contempla as medidas de distanciamento. “Queremos fazer muito melhor que isso.”

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