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As razões pelas quais algumas pessoas pararam de tomar banho diariamente

O hábito de lavar o corpo inteiro duas ou três vezes por semana e de se limpar por partes todos os dias ganha adeptos. Analisamos os motivos que levam à prática

Embora 71,4% dos espanhóis tomem banho todos os dias, colocando a Espanha como o país ocidental em que mais pessoas fazem isso ― e os brasileiros sejam aqueles que mais tomam banho mais de uma vez por dia (49,8%) ―, segundo um relatório preparado pelos pesquisadores de mercado estratégico da Euromonitor International, já existe um grupo de pessoas ao redor do mundo que abandonaram a rotina do banho diário. James Hamblin, editor da The Atlantic, experimentou na própria carne o que significa reduzir consideravelmente as duchas e contou isso em um artigo intitulado Parei de tomar banho e a vida continuou. “Talvez não faça sentido destruir nosso ecossistema para nos esfregar com sabão todos os dias”, concluiu o jornalista, que diz que no início era “um animal fedorento e suado”, mas depois seu corpo se regulou e parou de precisar de banhos diários. Pesquisadores de Harvard também perguntaram se o hábito tão arraigado de tomar banho todos os dias é algo que devemos parar de fazer. Em um artigo intitulado É necessário tomar banho todos os dias?, o professor Robert H. Shmerling reflete sobre o hábito do chuveiro, assinalando que responde mais às normas sociais do Ocidente do que a razões de saúde, já que, segundo suas conclusões, o sistema imunológico sofre com nosso excesso de limpeza.

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Las bacterias pueden sobrevivir en un pañuelo o en el suelo, pero los virus solo viven dentro de la célula de un mamífero. Aunque eso no significa que el virus de la gripe no pueda resistir un tiempo en superficies exteriores. Por ejemplo, en un pañuelo o en nuestra ropa puede quedarse hasta 12 horas, en una superficie lisa como el acero hasta 48 horas y en las manos no permanece más de 5 o 10 minutos. “Si en ese momento te rascas los ojos o te llevas las manos a la boca, ya estás contagiado. Por ello, la higiene es la mejor manera de prevenir la infección una vez hemos entrado en contacto con superficies potencialmente contaminadas. Para la población en general, lavar las manos es la medida más efectiva para prevenir la gripe”, explica Miriam Fernández, experta en Microbiología de la Clínica de Navarra. El <a href="http://www.isciii.es" target=blank>Instituto de Salud Carlos III</a> concluyó que el lavado de manos sí que previene del ingreso hospitalario, y recomienda hacerlo con agua y jabón (no es necesario bactericidas) al menos 5 veces al día (mejor 10 o más) durante, al menos, 20 segundos.
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Visto dessa forma, parece que a imundície ou a aversão à limpeza é uma tendência, e que as pessoas estão voltando aos hábitos do pós-guerra, quando banho era sinônimo de luxo (por não haver água ou banheiro disponível) e ocorria a cada sete dias, como aos domingos.

O motivo dessa nova restrição está relacionado, no entanto, à ecologia (a água é um bem cada vez mais escasso) e ao retorno ao natural. E também à ideia de que quanto menos química penetrar em nosso organismo, melhor.

“Geralmente se fala de manto lipídico para se referir a essa barreira que reveste nossa pele para protegê-la de maneira natural. No entanto, é mais preciso falar de uma epiderme formada por células chamadas queratinócitos, que poderiam ser consideradas os tijolos, e de manto lipídico, que seria o cimento que une esses tijolos, e ambos formariam a camada mais externa da pele”, assinala a dermatologista Yolanda Gilaberte, vice-presidenta da Academia Espanhola de Dermatologia e Venereologia.

Segundo Gilaberte, “essa barreira de lipídios [moléculas orgânicas] tem um pH levemente ácido, em torno de 5,5. Alterar esse nível significa modificar o estado natural para que a epiderme cumpra sua função: impedir a passagem de germes, bactérias, vírus e ácaros”. Se a sujeira é algo negativo e propicia a transmissão de infecções, o excesso de higiene, tão típico do estado de bem-estar, já tem sua lista de doenças estreitamente relacionadas com essa obsessão por limpeza. Entre elas, a dermatite atópica — que, segundo Yolanda Gilaberte, “antes afetava principalmente as crianças, e agora está crescendo entre os adultos” —, mas falamos também de infecções como a pitiríase ou alergias.

A Academia Americana de Dermatologia (AAD) já aconselha os pais sobre a frequência com que devem dar banho em seus filhos, com base no nível de sujeira que apresentem. Se não estiverem muito sujos, a recomendação é banhá-los menos, principalmente aqueles que têm entre 6 e 11 anos de idade. A ideia é que seus pequenos sistemas imunológicos em desenvolvimento precisam de um pouco de sujeira (bactérias e vírus em pequenas doses) para crescer fortes. “É uma das muitas teorias que existem, e que sustenta que é melhor que nosso sistema imunológico esteja ocupado e em treinamento contínuo”, aponta Gilaberte.

Mais do que a água, devemos temer o sabonete

Cada vez mais profissionais concordam que lavar-se dois dias por semana é suficiente para acabar com bactérias e evitar doenças, desde que todos os dias nos limpemos por partes para evitar o mau cheiro; mas o chuveiro não tem apenas a função de limpar. A maioria não admite começar o dia sem o banho matutino, que exerce também o papel de despertador, tonificante, refrescante ou relaxante (se for de noite).

“É verdade que a água resseca a pele, principalmente se estiver muito quente, e além disso a água que sai do chuveiro não é a de um manancial, é tratada. Contém cloro, além de cal e outras substâncias, dependendo de onde você vive”, diz Gilaberte. “Mas o mais nocivo para a pele são os sabonetes e géis com detergentes [os que fazem muita espuma]. Por isso já há pessoas que só ensaboam determinadas partes [axilas, pés, genitais] e fazem isso com os produtos mais naturais possíveis. Principalmente que não contenham triclosan [um potente antibacteriano e fungicida, que mata bactérias ruins e boas, e quando chega aos rios ou mares continua com seu trabalho destrutivo] e lauril éter sulfato de sódio [um detergente e surfactante encontrado em muitos produtos de higiene pessoal, já que é muito barato e faz muita espuma]. Quando o banho não tem a função de limpeza, e sim de relaxamento ou de nos refrescar no verão, podemos dispensar totalmente os sabonetes e usar só água”, ressalta.

A empresa Kiehl’s, que começou há 168 anos como um laboratório farmacêutico, voltou-se para os cosméticos que respeitam a pele e o meio ambiente. O Made for All Gentle Body Cleanser é, provavelmente, um dos pouquíssimos géis de banho que cuidam tanto da pele como do planeta e são recomendados para crianças a partir de três anos (ele tem 95% de ingredientes de origem natural, entre eles aloe vera de origem sustentável e extrato de saboeiro, a chamada “árvore do sabão”, um espumante natural, além de biodegradável).

Segundo Luís Martín Moreno, mentor e especialista em fórmulas da Kiehl’s, “as peles infantis são as que mais sofrem com o excesso de limpeza ou de utilização de produtos muito fortes [como os lenços umedecidos], projetados para limpar rapidamente e sem necessidade de água. Isso afeta a flora bacteriana da pele e o sistema imunológico, que até os 11 anos ainda está em formação”.

Mas o dano à pele não para quando o banho termina. Segundo David Leffell, dermatologista reconhecido internacionalmente, chefe de cirurgia dermatológica da Faculdade de Medicina de Yale (EUA) e autor de Total skin: The definitive guide to whole skin care for life (“pele total: o guia definitivo para o cuidado total da pele por toda a vida”), quando uma pessoa acaba de tomar banho e se seca com uma toalha, a umidade adicional que fica na superfície da pele é perdida na evaporação. Em outras palavras, as camadas superiores de umidade são retiradas da pele ao sair do chuveiro, por isso é necessário se hidratar, já que passar uma loção com a pele ainda úmida pode bloquear essa fuga de umidade. Embora, uma vez mais, seja necessário tomar cuidado com a composição do creme.

Leffell recomenda uma temperatura de água morna, não quente — e aqui, mais do que nunca, vale o ditado de que o bom, quando é breve, é duas vezes bom. Os banhos deveriam se limitar a três minutos de chuveiro, nunca mais do que cinco, pelo bem da nossa pele e do mundo.


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