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Multas, Coronavac e PCR obrigatório para os jogadores: os planos da Copa América contra a covid-19

Conmebol destaca que terá todos os atletas e comissões técnicas imunizados no torneio com doses da vacina aprovada em caráter emergencial pela OMS, mas usada em apenas três países sul-americanos

Copa América 2021
Messi bate escanteio durante partida das eliminatórias da Copa do Mundo contra o Chile, em Santiago del Estero.Juan Mabromata / POOL (EFE)
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Rgs (Brazil), 06/06/2021.- A handout photo made available by the Brazilian Football Confederation (CBF) shows coach Tite during a training session of the Brazilian national soccer team at the International CT in Porto Alegre, Brazil, 06 June 2021. Brazil is preparing for the match against Paraguay for the Conmebol qualifiers for the Qatar 2022 World Cup. (Mundial de Fútbol, Brasil, Catar) EFE/EPA/Lucas Figueiredo HANDOUT HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES
Em meio à fuga de patrocinadores da Copa América, Tite convoca seleção que jogará torneio no Brasil

A Conmebol procura fazer da Copa América o primeiro torneio internacional em que os jogadores e todo o pessoal envolvido estejam vacinados contra a covid-19. O organismo sul-americano disponibilizou doses da vacina Coronavac, da farmacêutica Sinovac, para cada seleção nacional, mas não a tornou obrigatória e também buscará se proteger dos contágios por meio da implantação de bolhas esportivas. O desafio é fazer isto em um país em que a pandemia não foi contida. O Brasil, sob a caótica gestão de Jair Bolsonaro, registra mais de 17 milhões de casos e mais de 476.000 mortes por covid-19, de acordo com os últimos dados oficiais.

A Copa América será disputada em quatro cidades brasileiras: Cuiabá, Brasília, Rio de Janeiro e Goiânia, depois da desistência dos dois países-sede Colômbia e Argentina. Os organizadores propõem a criação de uma bolha sanitária para cada equipe, na qual os jogadores serão proibidos de sair das instalações ou de convidar terceiros aos hotéis. As sanções por violar os protocolos sanitários variam de uma multa inicial de 15.000 dólares (cerca de 75.840 reais) a 30.000 dólares, de acordo com o protocolo da Conmebol. A Argentina, por exemplo, montará sua concentração em Ezeiza, nas instalações da Associação de Futebol da Argentina (AFA), localizadas na periferia de Buenos Aires, e deve estar no Brasil um dia antes de cada partida.

Em 28 de abril, a farmacêutica chinesa Sinovac doou mais de 50.000 doses da vacina à Conmebol para todo o pessoal envolvido. “A Conmebol será a primeira organização civil do mundo a realizar uma vacinação que beneficiará milhares de famílias em 10 países sul-americanos”, defendeu Alejandro Domínguez, presidente do organismo sul-americano. A Organização Mundial da Saúde validou o uso emergencial da Coronavac em 1º de junho. Os únicos países da América do Sul que aprovaram a vacina da Sinovac foram Chile, Equador e Brasil.

As federações do Chile, Venezuela, Equador e Uruguai receberam as doses da vacina entre abril e maio. E segundo Alejandro Domínguez, a Conmebol imunizou mais de 70% do ambiente futebolístico sul-americano. Na Colômbia, foi informado nesta quinta-feira o início da vacinação dos membros da equipe em um hotel em Barranquilla. Os jogadores da argentina “não serão vacinados porque não é obrigatório disputar o torneio”, respondeu esta quinta-feira a AFA. Os únicos jogadores imunizados da seleção argentina são aqueles aos quais a vacina foi aplicada por parte de seus clubes. São eles Juan Musso, Rodrigo de Paul e Nahuel Molina, da Udinese, e Leandro Paredes e Ángel di María, do Paris Saint-Germain. “Há cinco ou seis jogadores vacinados, mas o resto da delegação não. Faremos isso quando for realmente a nossa vez”, disse o técnico da seleção, Lionel Scaloni, no início da semana.

Fotografia cedida pela prefeitura de Barranquilla que mostra o jogador colombiano Carlos Cuesta recebendo a vacina.
Fotografia cedida pela prefeitura de Barranquilla que mostra o jogador colombiano Carlos Cuesta recebendo a vacina. Alcaldía de Barranquilla (EFE)

A maioria dos jogadores brasileiros ainda não foi vacinada contra a covid-19. A ideia da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) era iniciar a vacinação para o jogo em Assunção, no Paraguai, onde a seleção brasileira enfrentou os donos da casa pelas eliminatórias da Copa do Mundo nesta terça-feira, dia 8. No entanto, diante da incerteza de que os atletas receberiam a segunda dose em tempo hábil, a entidade mudou seus planos. A Confederação confiava que a delegação de futebol fosse contemplada pelo Plano Nacional de Imunizações (PNI), como foi feito com os atletas olímpicos, que autorizou o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) a importar as vacinas. O prazo recomendado para a segunda dose é de até 28 dias.

A imunização com a vacina da Sinovac requer duas doses, com um intervalo de duas a quatro semanas. “Esta vacina contém vírus inativados e, graças aos seus requisitos de armazenamento muito simples, seu manuseio é muito fácil e se adapta especialmente aos lugares com poucos recursos”, disse a OMS em seu relatório. A vacina chinesa previne a covid-19 sintomática em 51% dos vacinados e evita a doença grave e a hospitalização em 100%. Antes de cada partida, todos os envolvidos devem apresentar um certificado de vacinação e quem não tiver sido vacinado deve apresentar um teste de PCR antes de cada viagem.

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Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do Brasil, informou que os jogadores da Copa América não são obrigados tomar a vacina. “Se a vacinação fosse exigida neste momento, não teriam imunidade daqui até o início da competição”, disse o ministro.

A maioria dos jogadores que disputará a Copa América não vive no continente. É o caso da seleção brasileira, em que, dos 20 jogadores, apenas três jogam no país sul-americano. E entre eles Neymar, Marquinhos e Paquetá divulgaram que foram vacinados contra a covid-19 no dia 21 de maio. O atacante venezuelano Josef Martínez também recebeu a vacina em março por iniciativa de seu clube, o Atlanta United, dos Estados Unidos. Os já vacinados darão um impulso à segurança sanitária. A Conmebol anunciou que não haverá torcedores nos estádios.

Neymar recebendo a vacina em 21 de maio.
Neymar recebendo a vacina em 21 de maio. Instagram (Instagram)

Surtos de infecção por coronavírus aconteceram nas últimas semanas em seleções nacionais. A Colômbia teve de afastar Alfredo Morelos de uma partida das eliminatórias para a Copa do Mundo após seu positivo. No Chile, Arturo Vidal também perdeu jogos das eliminatórias depois de ser infectado e se prepara para a Copa América. Na Europa, soaram os alarmes com os positivos de Sergio Busquets e Diego Llorente na seleção espanhola poucos dias antes de sua estreia na Eurocopa, que precipitaram a vacinação da equipe por parte do Governo espanhol.

A SITUAÇÃO SANITÁRIA NAS QUATRO SEDES

As quatro cidades que receberão os jogos da Copa América, entre elas Rio de Janeiro e Brasília, avisam que seguem protocolos sanitários, como estádios fechados ao público e uso obrigatório de máscaras. Mas não escapam dos efeitos da pandemia em um país com um presidente que negou a gravidade do vírus desde o princípio. Têm entre 80% e 90% dos leitos de UTI para pacientes de covid-19 ocupados. Em números relativos, Cuiabá, capital de Mato Grosso, apresenta o pior número de mortes, com 473,7 óbitos por 100.000 habitantes. A prefeitura de Cuiabá recebeu um reforço de doses da vacina por causa da Copa América.

 

Goiânia, por sua vez, adotou protocolos que restringem a ocupação de bares e restaurantes, limitada a 30% da capacidade, devido ao aumento do número de casos nos últimos dias. E Brasília, apesar de ter a menor média de mortes relativas entre as quatro (293,3 por 100.000), teve nesta quinta-feira um aumento de 33% nas mortes em relação ao dia anterior.

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