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Gabriel Paulista: “Não quero que um amigo ou membro da família morra devido à pressão do dinheiro”

Zagueiro brasileiro do Valencia pede que o futebol volte apenas quando houver “plena garantia” e não exista medo de contágio

Gabriel Paulista durante um jogo do Valencia.
Gabriel Paulista durante um jogo do Valencia.Parker (DIARIO AS)
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Enquanto o mundo do futebol debate em reuniões por videoconferência e em escritórios uma volta que parece iminente, faltam depoimentos dos profissionais. Gabriel Paulista, zagueiro do Valencia, se pronunciou ontem nas redes sociais e mostrou suas reservas em relação ao retorno das equipes da primeira divisão do Campeonato Espanhol aos treinamentos. “Nós, profissionais do futebol, somos pessoas privilegiadas, mas somos gente antes de qualquer coisa. Temos família, entes queridos e sentimentos”, proclamou o brasileiro em seu perfil no Instagram.

“Sempre nos pedem para sermos um exemplo e é assim que deve ser. Muitas crianças e jovens prestam atenção em nós. Vamos mostrar como exemplo à sociedade que valorizamos a vida e a saúde acima de tudo. Para mim, e tenho certeza de que para a grande maioria dos jogadores de futebol, o dinheiro não é tudo.”

Gabriel expressou seu medo de contrair a doença se a volta do campeonato não acontecer com as maiores garantias de saúde, sem risco de contágio, e disse que essa decisão provavelmente seria precipitada. “Devemos jogar quando ninguém o fizer com medo e devemos ter plena garantia de que não há riscos. Caso contrário, se não nos derem garantias absolutas, devemos tomar os exemplos de outros países que adotaram medidas mais contundentes”. “Antes vem a vida e depois o futebol!”, argumentou o zagueiro do Valencia.

O jogador relatou seu medo diante da possibilidade de um contágio que pudesse afetar seus entes queridos e priorizou a vida em vez de salvar o negócio do futebol. “Não quero que, por uma precipitação ou por pressão financeira, que podemos entender, mas nunca priorizar ante questões mais fundamentais, qualquer membro da família, amigo, colega de trabalho ou de profissão possa ficar doente ou morrer... Na verdade, depois do terrível período que ainda estamos passando, ninguém deve voltar a se contagiar ou morrer desta doença”, afirmou.

O brasileiro tem bem presente que o elenco do Valencia foi o mais atingido pelo coronavírus depois de ter jogado em grandes focos de contágio, como Milão e Vitória, em março. O vírus afetou cerca de 35% do pessoal que trabalha no vestiário da primeira equipe. O clube de Mestalla [nome do estádio em que joga] divulgou esse número em meados de março e jogadores como Garay, Gaya e Mangala admitiram nas redes sociais que haviam dado positivo. Todos os casos foram assintomáticos. “Amo o esporte do futebol, amo jogar, amo o meu clube e sempre queremos dar alegrias aos torcedores, mas também e acima de tudo amo e respeito a vida de todo ser humano”, disse o zagueiro brasileiro.

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