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Brasil investiga se passageiro que veio da África do Sul tem a variante ômicron do coronavírus

Homem desembarcou em Guarulhos no sábado, de acordo com a Anvisa. Governo Bolsonaro decidiu restringir voos de seis países da África a partir de segunda-feira

Uma seringa e uma ampola de imunizante contra a covid-19 em frente à bandeira da África do Sul, onde surgiu a variante ômicron do coronavírus.
Uma seringa e uma ampola de imunizante contra a covid-19 em frente à bandeira da África do Sul, onde surgiu a variante ômicron do coronavírus.DADO RUVIC (Reuters)

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil informou que no sábado, dia 27, um passageiro que passou pela África do Sul e desembarcou no aeroporto de Guarulhos (SP) testou positivo para coronavírus. Conforme a Anvisa, as autoridades de saúde brasileiras ficarão responsáveis pelo “mapeamento genômico para identificação da variante” para saber se ele estava contaminado com a variante ômicron ou não. Essa nova variante deixou em alerta as autoridades do mundo inteiro por possuir mais de 30 mutações e apresentar alterações associadas a uma maior capacidade de contágio e de contornar as defesas humanas. É o primeiro caso investigado nesse sentido no Brasil.

De acordo com uma nota divulgada neste domingo pela Anvisa, o passageiro chegou ao país apresentando um exame PCR negativo para covid-19. Contudo, depois de seu desembarque, ele fez um novo teste no laboratório do aeroporto, que deu positivo. A agência foi notificada do caso às 21h12 e, à 1h07 deste domingo (28/11), notificou as autoridades da cidade de Guarulhos e do Estado de São Paulo. “Após a identificação e testagem com resultado positivo para covid-19, o paciente foi colocado em isolamento e já cumpre quarentena residencial. Os órgãos de saúde estadual e municipal passam a fazer o monitoramento do caso. O Ministério da Saúde acompanha o caso”, diz um trecho da nota da agência governamental.

De acordo com o órgão, a rede do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, ligada ao Ministério da Saúde, realizará os procedimentos de contato com os passageiros e tripulantes para que sejam monitoradas suas condições de saúde e, caso necessário, o direcionamento aos serviços de atenção, assim como a adoção das medidas de prevenção e controle da doença.

Na sexta-feira, a Anvisa emitiu uma nota técnica recomendando que o Brasil proibisse temporariamente a entrada no país de pessoas que tivessem passado por seis países africanos. No sábado, o Governo Jair Bolsonaro publicou uma portaria interministerial acatando a recomendação, mas apenas a partir de segunda-feira, dia 29. Desta forma, a partir desta data, estão suspensos todos os voos entre o Brasil e os seguintes países pelos próximos 14 dias: África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

Ainda no sábado, a Anvisa sugeriu que a limitação fosse estendida a passageiros com passagens por outros quatro países africanos, o que ainda não ocorreu. Os técnicos recomendaram que a restrição ocorresse também para quem tivesse passado por Angola, Malawi, Moçambique e Zâmbia.

Na sexta-feira, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse para a emissora CNN Brasil que havia a possibilidade de o vírus já estar circulando no país. “Realmente a possibilidade existe, não temos como dizer que é zero chance de já estar no Brasil, que não é possível”. A portaria do Governo ressalta que os cidadãos brasileiros que passaram pelos países onde vigora a restrição nas últimas duas semanas terão de fazer uma quarentena de igual período. Inicialmente, o presidente Jair Bolsonaro chamou o fechamento de fronteiras de “loucura”, mas ele acabou cedendo após intervenção de técnicos dos ministérios da Saúde e da Casa Civil.

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