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Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga testa positivo para covid-19

Chefe da pasta é o segundo a testar positivo na comitiva presidencial que viajou a Nova York por ocasião do discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU. “O ministro passa bem”, informou a Secom

El ministro Marcelo Queiroga está con mascarilla junto al presidente Bolsonaro
A comitiva brasileira visita o memorial do 11 de Setembro, em Nova York, nesta terça-feira. O ministro Queiroga aparece de máscara ao lado do presidente Jair Bolsonaro.Isac Nóbrega/PR
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O discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas parecia o desfecho do constrangimento pelo qual a comitiva brasileira passaria durante os dias em que frequentou Nova York. Por não ter se vacinado contra o novo coronavírus, o mandatário foi forçado —e forçou o grupo— a fazer refeições na rua, devido às restrições impostas pelo passaporte sanitário adotado pela cidade. O último dia dos brasileiros na cidade guardava, contudo, um último mal-estar: o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terceiro empossado no posto por Bolsonaro durante a pandemia de coronavírus, testou positivo para a covid-19. Na véspera, o ministro havia sido flagrado por câmeras ao fazer gestos ofensivos para os manifestantes que protestavam contra a presença de Bolsonaro na cidade.

“A Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) informa que o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que integrava a Comitiva Presidencial à Nova Iorque (EUA), testou positivo para a COVID-19 e permanecerá nos Estados Unidos durante o período de isolamento. O ministro passa bem”, confirmou em nota a Secom. “Informamos, ainda, que os demais integrantes da comitiva realizaram o exame e testaram negativo para a doença”, completa a nota. Queiroga foi o segundo membro da comitiva a testar positivo durante a viagem. ele terá de passar 14 dias em quarentena. “Ficarei em quarentena nos #EUA, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. Enquanto isso, o @minsaude seguirá firme nas ações de enfrentamento à pandemia no Brasil. Vamos vencer esse vírus!”, publicou o ministro em seu perfil no Twitter.

Durante seu discurso nesta terça, Bolsonaro atacou “o passaporte sanitário ou qualquer obrigação relacionada à vacina” e voltou a defender o tratamento precoce contra a covid-19, algo que os médicos não consideram existir. “Eu mesmo fui um desses que fez tratamento inicial”, afirmou o presidente, que no dia anterior fez questão de dizer em um encontro com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que “ainda não” havia se vacinado. O mandatário brasileiro ainda levou uma bronca pública do prefeito de Nova York, Bill de Blasio, por não ter se vacinado. Seu quarto ministro da Saúde se vacinou, mas o coronavírus o infectou em um momento particularmente inoportuno para Bolsonaro.

Antes da viagem, na quinta-feira da semana passada, Queiroga chegou a aconselhar o presidente a se vacinar durante a live de Facebook semanal de Bolsonaro. “O presidente defende a autonomia do médico. Eu não sou o médico dele, mas eu defendo que o presidente deve tomar a decisão na hora certa. Ele diz que e imorrível. Não sei se é invacinável. Mas aí vou falar com a dona Michelle [Bolsonaro, a mulher do presidente]”, comentou Queiroga.

Dos ministro da Saúde de Bolsonaro, ele foi o que conseguiu por mais tempo se equilibrar entre as necessidades do combate à pandemia no país e o constante boicote presidencial às medidas implementadas para tentar conter o avanço do coronavírus. Dias antes de integrar a comitiva que viajou a Nova York, contudo, o ministro se viu envolvido em polêmica por conta da decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação contra a covid-19 para adolescentes de 12 e 17 anos.

Durante a entrevista coletiva em que detalhou a decisão, Queiroga reverberou as desconfianças da base bolsonarista em relação às vacinas. A decisão contrariou a opinião de especialistas e a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e diversos governadores anunciaram que não seguiriam a instrução. Nesta terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski decidiu que Estados e municípios podem deliberar sobre a imunização desse grupo. A decisão ainda deve passar por avaliação do plenário do STF.

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