Saúde dá sinal verde à vacinação prioritária de profissionais da educação
Pasta libera doses para população geral maior de 18 anos em Estados que já imunizaram prioritários, mas não revela quais Estados podem fazê-lo. Grávidas sem comorbidades, que estavam na lista prioritária antes de incidente com AstraZeneca, não são reinseridas
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O Ministério da Saúde informou que os Estados e municípios que já tiverem concluído a vacinação contra a covid-19 de todos os grupos prioritários estão autorizados a iniciar a campanha com a população geral abaixo dos 60 anos. Segundo o MS, a flexibilização acontece para os casos em que avaliações locais constatarem “demandas reduzidas” e vacinas que não podem ficar muito tempo estocadas. Também foi anunciado que os trabalhadores da educação de todos os níveis poderão ser incluídos dentro das atuais prioridades, segundo o Plano Nacional de Imunização (PNI).
Atualmente, o PNI recomenda que as prioridades na vacinação sejam pessoas com comorbidades, pessoas com deficiência permanente, gestantes e puérperas com comorbidades, pessoas em situação de rua e funcionários e população do sistema carcerário, com as faixas etárias ficando a cargo de cada Estado e município. A essas prioridades serão incluídos os trabalhadores de educação de creches, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. A sugestão do MS é que a ordem comece pelos funcionários de creches e siga de acordo com a faixa etária dos estudantes, em ordem crescente.
Após estes grupos, os próximos na fila de prioridade do PNI são forças de segurança e armadas; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário; trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário; transporte aéreo; transporte aquaviário; caminhoneiros; trabalhadores portuários; trabalhadores industriais; e trabalhadores de limpeza urbana. Somente os Estados que estiveram “avançados” nessas categoria podem, a partir da flexibilização feita pelo Ministério, iniciar a vacinação da população geral, de 18 a 59 anos de idade, de forma escalonada e seguindo ordem decrescente de idade.
“Como não podemos estocar a vacina por muito tempo, resolvemos flexibilizar a vacinação em lugares onde a demanda está reduzida”, pontuou Francieli Fontana, coordenadora do PNI, durante a entrevista coletiva. “A demanda reduzida está relacionada às superestimativas dos grupos com comorbidades. Nós utilizamos dados da política nacional de saúde [para dividir as doses entre os Estados], mas eles não combinam perfeitamente com os números de comorbidades elencadas pelo PNI”, continua ela, “então existe uma margem de erro. Em alguns locais, as doses que distribuímos já foram suficientes para concluir todos os grupos prioritários”.
O MS prevê a chegada de 43,8 milhões de doses contra a covid-19 no mês de junho. Serão 24,9 milhões da AstraZeneca, seis milhões da Coronavac e 12,9 milhões da Pfizer, entre contratos diretos com as fabricantes e repasses por meio do consórcio internacional Covax Facility, liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Ministério da Saúde não informa quais locais já estariam aptos a começar a vacinação da população geral. Através da assessoria, o órgão comunicou que uma reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) —com representantes de Ministério, Estados e municípios— na semana que vem definirá quais serão os Estados que receberão doses destinadas às pessoas entre 18 e 59 anos. Foi em uma reunião da CIT, nesta quinta-feira (27), que o MS decidiu colocar os trabalhadores de educação entre os atuais prioritários e flexibilizar a vacinação da população geral em locais com campanhas mais adiantadas.
Segundo dados das secretarias estaduais de Saúde, o Mato Grosso do Sul é o Estado proporcionalmente mais avançado, já tendo imunizado mais de 27% da sua população. Roraima, por outro lado, é o Estado mais atrasado, com apenas 13% da população vacinada. As estratégias de vacinação ainda variam de acordo com cada diretriz municipal ou estadual. Salvador, capital da Bahia, por exemplo, colocou no grupo prioritário jornalistas com mais de 40 anos. A Prefeitura de São Paulo, em outro exemplo, colocou estagiários e estudantes da área de saúde na frente de grávidas sem comorbidades, consideradas grupo de risco, na fila de pessoas a serem vacinadas, com a justificativa de que segue as diretrizes do PNI, mesmo tendo autonomia para elencar suas prioridades.
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Clique aquiDe acordo com o Ministério da Saúde, não é possível coordenar uma logística para que os Estados mais adiantados repassem doses aos mais atrasados em prol de uma vacinação mais equilibrada por todo o território nacional. O órgão ressalta que a proporcionalidade é levada em conta na hora de distribuir as doses e que, a partir daí, cabe a cada Governo local gerir melhor as vacinas que recebe. “Cada Estado tem uma realidade de população, prioridades e comorbidades, e isso faz com que uns vacinem de forma mais rápida que outros. Sempre que chega uma remessa, há uma reunião entre Estados e MS para fazer a distribuição de um jeito proporcional”, relata a pasta. “É o Estado quem tem a autonomia para traçar a melhor estratégia. O Ministério só faz recomendações”, finaliza.
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