Pazuello admite pela primeira vez a reaceleração da covid-19 no país, que supera 6,2 milhões de infecções
Ministro da Saúde evita falar em segunda onda da pandemia e chama de “repiques” o aumento de internações e casos em algumas regiões do Brasil
O Brasil registrou 37.614 novos casos e 691 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas e agora soma um total de 6.204.220 infecções e 171.460 óbitos pela doença. O país vivencia um aumento de contágios em várias localidades nas últimas semanas, conforme apontam os dados de hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave e mesmo os casos notificados. Segundo o Imperial College publicou nesta semana, o país alcançou a maior taxa de transmissão desde maio. Nesta quinta-feira, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, admitiu pela primeira vez o crescimento da pandemia em vários locais do país. O ministro chamou o aumento de casos de “repiques” e evitou falar em uma segunda onda, nomenclatura que para ele estaria mais relacionada às consequências da interrupção de atendimentos de saúde durante a pandemia.
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“Estamos falando de repiques de contaminações e mortes em algumas regiões do país, sim”, admitiu o ministro, ao considerar que este aumento é mais expressivo nas regiões Sul e Sudeste. Pazuello, que raramente dá entrevistas ou participa de coletivas da pasta que comanda, falou rapidamente sobre a pandemia durante um evento sobre prematuridade do Ministério da Saúde. “Não confundam ondas com novo surto, que é o que está acontecendo na Europa, com vírus mutado. Lá é um novo surto, que pode virar endemia e depois pandemia. E pode se confundir com as ondas da primeira”, afirmou o ministro. A biomédica Mellanie Fontes-Dutra explica, porém, que o que se sabe atualmente sobre as variantes do novo coronavírus não indica que elas sejam responsáveis pelo novo aumento de infecções nos países europeus. Também não afetariam as vacinas em desenvolvimento atualmente, endossa a pesquisadora.
Sobre os recursos da covid-19 que ainda não foram aplicados pelo Ministério da Saúde, Pazuello disse que eles serão investidos na incorporação do maior número possível de UTIs da covid-19, na retomada de atendimentos e cirurgias não realizados porque foram impactados e no plano de vacinação da covid-19. “Isso vai permitir que o Brasil dê um grande salto em atendimento”, explicou. Alguns lugares do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, já sofrem forte pressão de seu sistema de saúde por conta da pandemia, com taxas de ocupação maiores que 90%.
O ministro ainda destacou a expertise do Programa Nacional de Imunização do país. Afirmou que a vacinação para a covid-19 é apenas um de vários planejamentos com os quais o plano trabalha. “Estamos fazendo com tranquilidade, com dez grupos setoriais trabalhando, ouvindo todo mundo. Podem ficar tranquilos. Estamos acima do momento, estamos adiantados. Quando estivermos com dados logísticos das vacinas, a gente fecha o plano. A lógica é a mesma de qualquer plano nosso: estudar os públicos alvos, estudar as regiões mais afetadas. Tudo isso está sendo feito naturalmente”, afirmou, sem detalhar decisões que eventualmente já tenham sido tomadas pela pasta. Segundo o ministro, a fase dos grupos prioritários já está pronta.
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