Até tu, Capitão Wagner? Bolsonarista-raiz tenta, em vão, se descolar do presidente na reta final em Fortaleza
Em campanha e em entrevistas, candidato diz que votou contra a reforma da Previdência, critica gestão da pandemia do Planalto e promete ter auxílio emergencial municipal
Na reta final da campanha eleitoral, o candidato do PROS à Prefeitura de Fortaleza, Capitão Wagner, gastou boa parte de sua propaganda na TV e de debates e entrevistas para se dizer independente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A rejeição ao presidente na capital do Ceará é um dos fatores que tem pesado na dificuldade de Wagner avançar nas pesquisas eleitorais.
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Em uma das peças publicitárias que veiculou na semana que antecede ao pleito, Wagner citou que, apesar da orientação do Governo Bolsonaro, ele votou contra a reforma da Previdência. Em outra, disse discordar da maneira com que o presidente trata a pandemia de coronavírus e ressaltou que ela não é uma gripezinha, como o mandatário a chamou. Para reforçar essa independência, Wagner diz que, caso o Governo Bolsonaro extinga o auxílio emergencial em 2021, ele criará um benefício local no valor de 300 reais.
É um paradoxo, ja que nas ruas, contudo, há os que dizem que só votarão em Wagner por causa do apoio do presidente. “Sou Bolsonaro. E, seguindo o meu presidente, vou votar no capitão”, disse o relojoeiro Gilberto Souza Lima, de 60 anos. “Ele não é pau mandado de ninguém. Como o outro lado é”, diz o senador Eduardo Girão (Podemos-CE), o principal doador da campanha de Wagner. A tentativa de Girão é mostrar que José Sarto (PDT), favorito na disputa, seria manipulado pelos ex-governadores Ciro e Cid Gomes.
Em uma das últimas entrevistas que deu antes do segundo turno, na TV O Povo na segunda-feira, o candidato do PROS afirmou que tem orgulho de ter um bom relacionamento com “o Governo federal”. “Apenas 28% do orçamento de Fortaleza vem do Governo Estadual. Enquanto que 49% vem do Governo Federal. Por isso é importante essa boa relação”, disse em entrevista à TV O Povo. Na mesma ocasião, ressaltou que não tem padrinhos políticos e que estava feliz por ter um presidente que quer ajudar Fortaleza. “A única coisa que meus adversários apontam contra mim é o apoio do presidente”, disse.
O apoio de Bolsonaro tornou-se uma espécie de toque de Midas às avessas. No primeiro turno, Bolsonaro declarou apoio a 13 candidatos a prefeitos no Brasil, nove foram derrotados, dois se elegeram e dois passaram ao segundo turno: Wagner, em Fortaleza, e Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio. Entre os derrotados estão Celso Russomanno (Republicanos), em São Paulo, e Oscar Rodrigues (MDB), que perdeu para Ivo Gomes (PDT) em Sobral (CE), irmão dos ex-governadores Ciro e Cid Gomes.
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