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Polícia Federal realiza operação para desarticular coração financeiro do PCC

Operação Caixa Forte, que investiga o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro praticados pela facção criminosa com atuação em todo o território nacional, cumpre mais de 600 mandados em todo o país

Dinheiro apreendido na operação da Polícia Federal desta segunda-feira que investiga lavagem de dinheiro em esquema que mantém o PCC.
Dinheiro apreendido na operação da Polícia Federal desta segunda-feira que investiga lavagem de dinheiro em esquema que mantém o PCC.Polícia Federal
Marina Rossi

A Polícia Federal coordena uma força-tarefa nesta segunda-feira para desarticular o esquema financeiro que mantém a facção criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC). A Operação Caixa Forte identificou os responsáveis pelo chamado “Setor do Progresso” da facção, que se dedica à lavagem de dinheiro proveniente do tráfico. O dinheiro, em parte, é canalizado para contas bancárias da facção, inclusive para as contas do “setor da ajuda”, aquele responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios. Mais de 600 ordens judiciais estão sendo cumpridas em 19 estados, além do Distrito Federal.

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Segundo a PF, essa é a maior operação realizada contra o PCC. A força-tarefa identificou 210 integrantes do alto escalão da facção, atualmente detidos, que recebiam valores mensais por terem ocupado altos cargos na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes. Em nota, a PF menciona a execução de servidores públicos como uma dessas missões. Para garantir o recebimento do auxílio, os integrantes do grupo indicavam contas de outras pessoas não pertencentes à facção para que os valores, oriundos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal.

A ação desta segunda-feira envolve cerca de 1.100 policiais federais, que cumprem 623 ordens judiciais, sendo 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio judicial de até 252 milhões de reais. Todos os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte. Os presos são investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, cujas penas combinadas podem chegar a 28 anos de prisão.



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