Polícia Federal identifica ameaças contra ministros do STF

Segundo jornal, presidente da Corte, Dias Toffoli, pediu que colegas redobrassem a segurança. PF afirma que não há indícios de “plano elaborado”

São Paulo -
O presidente do STF, Antonio Dias Toffoli, é seguido por Celso de Mello e Marco Aurélio Mello ao entrar no plenário do tribunal.Fellipe Sampaio (SCO/STF)

Ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal foram descobertas pela Polícia Federal em janeiro e acenderam o alerta entre os membros da Corte. De acordo com a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo, o presidente do Tribunal, Dias Toffoli, teria encaminhado no dia 12 deste mês uma circular aos colegas alertando para o perigo de “agressões contra ministros". Em nota divulgada depois da publicação da reportagem, a PF afirmou que “nas últimas semanas, monitoramentos de rotina realizados encontraram trocas de mensagens, via Deep Web, com ofensas e ameaças a autoridades da República". No entanto, ”tais ameaças eram genéricas e não traziam indícios de qualquer planejamento elaborado de possível atentado", segundo a nota da instituição. A deep web é uma parte da Internet que não é indexada por buscadores e onde, dentre outras coisas, organizações criminosas planejam ações.

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A circular confidencial encaminhada por Toffoli pede ainda que os ministros “reforcem a segurança pessoal nas atividades cotidianas”, tendo em vista que os supostos terroristas comentaram em fóruns na Internet que a rotina e o fácil acesso aos integrantes da Corte facilitaria um ataque. O ministro Alexandre de Moraes, que relata um processo que apura ataques e fake news contra o STF, teria sido o primeiro a ser informado, diretamente pela PF, e repassou as informações para o presidente da Corte. O EL PAÍS procurou o gabinete dos ministros e a assessoria de imprensa da Corte, que não se pronunciaram sobre o caso até o momento. O ministro Sergio Moro, responsável pela PF, também não se manifestou sobre a possível ameaça.

O uso da deep web no planejamento de atos terroristas tem se tornado cada vez mais comum em todo o mundo. Em alguns casos os ataques são até mesmo transmitidos online, e o resultado comemorado em fóruns restritos, conhecidos como chans. O ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, ocorrido em março de 2019 e que deixou dez mortos, por exemplo, teria sido elaborado na deep web, segundo as investigações da PF.

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