_
_
_
_

Doria pede “respeito para Argentina seja qual for o resultado eleitoral”

Governador de São Paulo aproveita encontro com imprensa estrangeira para se opor à posição de Bolsonaro sobre política ambiental

Naiara Galarraga Gortázar
O governador João Doria tira selfie com os correspondentes.
O governador João Doria tira selfie com os correspondentes.GOBIERNO DEL ESTADO DE SP

Se o Estado de São Paulo fosse um país, seria a terceira economia latino-americana depois do Brasil e da Argentina. Com o peso político que esse dado confere, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deixou claro na terça-feira que, embora compartilhe a agenda econômica do presidente Jair Bolsonaro, o mesmo não acontece com sua política ambiental ou sua rejeição a tudo que cheire a esquerda.

Mais informações
O jogo de risco de Bolsonaro com a Argentina
A estratégia de Cristina para unir o peronismo e forjar uma máquina eleitoral
Pânico nos mercados da Argentina após a derrota de Macri

O tucano, a quem são atribuídas aspirações presidenciais, pediu “respeito pela Argentina, seja qual for o resultado eleitoral” no pleito de outubro, durante um encontro com jornalistas estrangeiros. Assim, o paulista que apoiou Bolsonaro durante a campanha presidencial se coloca como antípoda à direita do presidente, que na véspera repudiou a contundente vitória peronista nas primárias do domingo.

Doria, empresário e publicitário milionário eleito governador com um discurso de renovação política e menos Estado, lembrou que a Argentina, além de vizinha, é “um dos maiores parceiros comerciais do Brasil”, razão pela qual as relações comerciais devem ficar à margem das relações pessoais entre seus mandatários.

Na questão ambiental, Doria também se distanciou do Governo Federal, ressaltando que “São Paulo segue rigorosamente o protocolo (do acordo de Paris)”, em referência ao pacto global que Bolsonaro ameaçou abandonar seguindo o exemplo dos Estados Unidos.

Doria se esforça para que a deterioração que a imagem do Brasil no exterior sofre desde que o militar da reserva chegou à presidência não afete seu objetivo de atrair investimentos estrangeiros a São Paulo, que gera um terço da economia brasileira. O programa de privatizações do tucano inclui projetos ferroviários, de rodovias, de metrô, de trens metropolitanos e saneamento.

E embora tenha se encarregado de destacar que o crescimento de São Paulo foi o dobro do nacional entre janeiro e junho, os números do PIB estão abaixo do esperado quando a legislatura começou, em janeiro. O Brasil flerta com a recessão técnica depois que o PIB preliminar do segundo trimestre retrocedeu 0,13% e do anterior caiu 0,2%.

Boa parte das esperanças de Doria e de Bolsonaro para que a economia levante voo estão em duas das principais reformas econômicas em andamento. A do insustentável sistema previdenciário, que acaba de chegar ao Senado depois de ter sido aprovada pela Câmara dos Deputados, é fundamental para sanear as contas públicas. Depois virá a tributária. Mas, enquanto isso, Doria já visitou Nova York, Londres e a China, de onde trouxe o compromisso de investimentos no valor de 24 bilhões de reais na próxima década.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_