STF manda Petrobras abastecer navios iranianos parados no Brasil
Embarcações chegaram ao país no início de junho, e não conseguiram reabastecer por temor de a petroleira de receber sanções dos EUA
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Antonio Dias Toffoli, colocou um ponto final no impasse dos navios iranianos atracados na costa do país, próximos a Paranaguá, no Paraná. O ministro determinou nesta quinta-feira que a Petrobras abasteça as embarcações que estão paradas na costa brasileira sem combustível desde o dia 9 de junho. A petroleira se negou a fornecer o combustível aos dois navios sob a justificativa de que eles estariam em uma lista de sanções dos Estados Unidos.
As relações entre os EUA e o Irã passam por um de seus piores momentos nos últimos anos desde que o Governo americano anunciou sua retirada do acordo nuclear firmado com Teerã. Donald Trump já afirmou que não descarta uma solução "militar" para o que considera o "problema iraniano". Até o momento, no entanto, as sanções unilaterais tem sido o principal mecanismo de pressão utilizado sobre o Irã. Alinhado às posições de Trump, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou no domingo estar de acordo com a decisão da Petrobras: “Vocês já sabem que estamos alinhados com a política deles (dos EUA). Então fazemos o que temos que fazer”.
Em sua decisão, Toffoli avaliou que as embarcações foram contratadas pela empresa brasileira Eleva, que por sua vez não está na lista de pessoas e companhias alvo de sanções pelos EUA. O ministro ressaltou também que ao se negar a abastecer os navios a Petrobras estava trazendo prejuízos ao Brasil - o Irã é o principal comprador de milho e um importante parceiro comercial do Brasil.
Os navios chegaram ao país com um carregamento de ureia, e devem retornar ao Oriente Médio com milho. Um deles, o Bavand, já carregou cerca de 50.000 toneladas de milho, em maio, no porto catarinense de Imbituba, enquanto o Termeh, que deveria chegar em meados de julho ao local para carregar 66.000 toneladas do cereal, também se encontra parado perto de Paranaguá.
Na quarta-feira o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz, negou que houvesse a sinalização por parte do Irã de qualquer prejuízo comercial ao Brasil decorrente do impasse. Ferraz defendeu a Petrobras, que segundo ele tomou as decisões que achava pertinentes no caso.
Procurada, a Petrobras informou que não foi notificada e que irá analisar a decisão. A Eleva não respondeu de imediato a pedidos de comentário.
Com informações da agência Reuters.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.