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Quatro momentos em que Moro foi acusado de agir com 'timing' político

Escolhido por Bolsonaro, juiz da Lava Jato já tomou decisões durante a Operação Lava Jato que foram criticadas

Moro e Paulo Guedes nesta quinta-feira.
Moro e Paulo Guedes nesta quinta-feira.Antonio Lacerda (EFE)

Nesta quinta-feira,  o juiz federal Sérgio Moro, que ganhou notoriedade na mídia após a Operação Lava Jato, aceitou o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Nesta tarde, o presidente Jair Bolsonaro afirmou em coletiva de imprensa que o mais novo ministro exigiu total liberdade para combater a corrupção e o crime organizado. A nomeação, apesar de comemorada por pessoas ligadas ao combate à corrupção, aumentou também a munição para os que o acusam de atuação política contra o PT na Operação Lava Jato. Usam como base algumas ações do futuro ministro no passado para justificar isso. Relembre algumas das decisões do juiz que já foram acusadas de ter 'timing' político.

Moro foi responsável pela condução coercitiva do ex-presidente Lula em março de 2016. A cena do líder do Partido dos Trabalhadores sendo levado pela polícia federal para depor parou o Brasil, mas a decisão não foi aplicada em outros casos e gerou questionamentos entre juristas. Dois anos depois, o STF proibiu a condução coercitiva de investigados para interrogatório.

Ao lado do ex-presidente Lula, Dilma Rousseff fez um pronunciamento no qual se diz vítima de um golpe.
Ao lado do ex-presidente Lula, Dilma Rousseff fez um pronunciamento no qual se diz vítima de um golpe.Mario Tama (Getty Images)

Em março 2016, o juiz paranaense foi responsável pela quebra de sigilo dos grampos telefônicos do ex-presidente Lula, que revelou uma conversa com a então presidenta Dilma Rousseff que sugeria uma manobra para torná-lo ministro e livrá-lo da detenção de Moro. O vazamento do diálogo levou milhares às ruas em protesto ao PT e impactou a crise vivida pelo governo Dilma, que terminou sofrendo um impeachment em agosto do mesmo ano. Moro negou que tenha agido por motivação política e acabou tendo de pedir desculpas ao Supremo Tribunal Federal.

Em 2018, Sérgio Moro gerou mais polêmicas ao negar a liberdade provisória do ex-presidente Lula que havia sido decretada em um plantão de final de semana pelo desembargador Rogério Favreto, do Tribunal Regional Federal da 4ª região, hierarquia superior a Moro. O magistrado da Lava Jato estava de férias quando agiu para evitar que Lula fosse solto e gerou uma guerra de decisões, que terminou com o ex-presidente ainda encarcerado.

A menos de uma semana do primeiro turno das eleições de 2018, Sérgio Moro tornou pública parte da delação premiada de Antônio Palocci, ex-ministro petista, na qual, entre outras coisas, ele incriminava Lula e Dilma Rousseff e denunciava um suposto esquema de arrecadação de propinas na construção de navios-sonda. O depoimento havia sido feito por Palocci à Polícia Federal em abril.

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