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Candidatas à vice-presidência discutem papel das mulheres na política

Evento promovido pelo EL PAÍS e pelo Instituto Locomotiva reuniu Ana Amélia, Kátia Abreu, Manuela D'Ávila e Sônia Guajajara nesta sexta-feira

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As candidatas à vice-presidência nas eleições deste ano Ana Amélia (PP), Kátia Abreu (PDT), Manuela D’Ávila (PCdoB) e Sônia Guajajara (PSOL) participaram, nesta sexta-feira, 28, do evento Mulheres na Política, promovido pelo EL PAÍS e pelo Instituto Locomotiva, com apoio da ONU Mulheres. Durante mais de duas horas, elas debateram políticas públicas voltadas para mulheres e apresentaram suas propostas de Governo relacionadas ao tema. Assuntos como aborto, creches, equiparação salarial e representatividade no Congresso foram abordados pelas candidatas, questionadas por jornalistas de diferentes veículos.

O debate, que aconteceu em São Paulo e foi transmitido pela internet, entrou para os assuntos mais comentados no Twitter, com a hashtag #mulheresnapolítica. O critério para escolha dos nomes que compuseram a mesa de discussão foi o de partidos com representação no Congresso.

Este foi o segundo encontro da série Seminário Brasileiras. O primeiro aconteceu em 2016, quando a Locomotiva e o EL PAÍS reuniram especialistas em diversas áreas e lideranças de organizações e empresas para falar dos avanços e retrocessos da pauta feminina até aquele ano.

Confira abaixo o posicionamento das candidatas registrado na cobertura em tempo real.

Encerramos agora a cobertura do evento. Para mais informações sobre o tema, acesse a página do EL PAÍS Brasil. Boa tarde!

Ana Amélia: "As mulheres hão de entender que as responsabilidades dessa agenda (participação feminina na política) estão nas mãos delas, que são 52% do eleitorado. Os desafios não são só de governos, mas de toda a sociedade brasileira. A única maneira de mudar é pela via política"

Kátia Abreu: "Quero dizer a vocês que estão descrentes e desanimadas com a política que não podemos desistir do Brasil. Vamos reagir. Eu também, depois do impeachment, tive vontade  de parar de brincar, pegar a bola e ir pra casa, mas seria covardia"

Manuela D'Ávila: "Sempre serei uma militante de esquerda e feminista, como sou desde os meus 16 anos. Nós temos um programa para o desenvolvimento econômico com foco no combate a desigualdade, com justiça social"

Sônia Guajajara: "Em 2017, foram 110 indígenas mortos, entre eles uma criança morta com tiro na cabeca, por conta de um modelo de política que se preocupa só com o capital e não com o bem viver de todos"

Nadine Gasman, da ONU Mulheres: "Dados mostram que os brasileiros e as brasileiras querem igualdade. Não é a ONU dizendo, são as pesquisas brasileiras afirmando que o Brasil seria melhor se houvesse uma igualdade. Essa iniciativa (a Plataforma 50-50) é uma tentativa de fazer os candidatos se comprometerem com a questão de igualdade de gênero"

Manuel D'Ávila: "Eu tenho um companheiro que divide as tarefas comigo, tenho creche e ainda sim fico exausta por cuidar de uma criança de três anos. Imagina a realidade das mulheres mães solas. A gente tem sim que construir mais política de apoio às profissionais mães, mas o governo não tem como entrar na minha casa e obrigar meu marido a dividir as responsabilidades comigo, mas podemos educar nossos meninos para que ajam diferente"

Sônia Guajajara: "Muitas mulheres não conseguem sair pra trabalhar porque não tem com quem deixar seus filhos. Então, nos defendemos a creche integral para apoiar as mulheres [...] O trabalho das mulheres perpassa pela ampliação de oportunidades, pelas creches e pela segurança pública"

 

Ana Amélia: "Geraldo Alckmin é um médico que conhece as dores de São Paulo. É um candidato de centro que quer pacificar o país"

Kátia Abreu: "É um desafio enorme. Gosto muito dessa ideia, é uma forma de reverter rapidamente. É uma mudança que devemos levar aos candidatos a presidência"

Sônia Guajajara: "O nosso partido construiu um programa que foi discutido por pessoas diversas e o nosso compromisso é de fortalecer a diversidade sexual. E nós não vemos diferença nenhuma entre um casal de homossexuais ou um casal hetero adotar uma criança"

Ana Amélia: "Uma plataforma de governo para Presidência da República é um conjunto de ações. Perguntas como as suas são propostas que a gente detalha depois. Mas nós assinamos a carta Brasil 50-50 e estamos comprometidos em pensar a questão de gênero no país"

Manuel D'Ávila: "O nosso projeto é um projeto do povo brasileiro. Quem são aqueles que mais consomem os serviços público? Qual a trabalhadora mais precarizada? Qual a mulher que sente mais falta da creche? São as mulheres negras. Nós acreditamos que essas são as mulheres que devem construir as políticas de emancipação e inclusão da população negra"

Sônia Guajajara: "A culpa talvez não seja nossa, mas da imprensa que valoriza o homem que está na cabeça de chapa, mas não dão espaço pra gente. Eu não estou de maneira nenhuma como vice decorativa do Boulos"

Ana Amélia: "Partidos e líderes estão tentando trazer as mulheres para o protagonismo. O olhar hoje precisa ser para esse eleitorado"

Kátia Abreu: "Armamento apenas para proteção em lugares onde as pessoas não têm o 190 pra ligar. Sou contra o armamento urbano"

Manuela D'Ávila: "A lei é nova, revolucionária, e exige investimentos públicos para que a mulher seja protegida. Se a gente nacionaliza casos como tráfico, também temos policiais estaduais mais disponíveis para investigar esses crimes de feminicídio"

Ana Amélia: "O STF está examinando a questão do aborto, e a palavra deles vai esclarecer a questão. Defendo a Constituição e já tem lá três casos em que o aborto é permitido"

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