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Opositores de Maduro têm imunidade parlamentar suspensa e denunciam invasão de suas casas

Julio Borges, apontado como mentor do suposto atentado ao presidente, disse que agentes do serviço secreto entraram em seu domicílio sem mandado, durante a madrugada

O opositor Julio Borges fala com AFp em Bogotá, na quarta-feira
O opositor Julio Borges fala com AFp em Bogotá, na quarta-feiraRAUL ARBOLEDA (AFP)
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O partido oposicionista venezuelano Primeiro Justiça denunciou nesta sexta-feira, 10, a invasão “ilegal” dos domicílios dos deputados Juan Requesens e Julio Borges, ambos apontados pelo presidente Nicolás Maduro como mentores do suposto atentado de sábado passado e privados nesta semana da sua imunidade parlamentar.

“O SEBIN (serviço de inteligência), sem mandado de busca e sem a presença de advogados, está entrando à força na casa de @JulioBorges para plantar [provas falsas]”, disse o partido no Twitter.

A agremiação publicou uma mensagem similar para informar sobre buscas sem mandado judicial na residência de Requesens, detido na terça-feira enquanto Maduro o acusava em rede nacional de rádio e televisão.

Borges, que se encontra na Colômbia e é alvo de uma ordem de prisão expedida pelo Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, utilizou a mesma rede social para relatar que o SEBIN entrou no seu domicílio sem “nenhum tipo de ordem” nem de “legalidade”.

“Na minha casa somente estiveram minha esposa, meus filhos e eu nos últimos anos. Qualquer outra coisa diferente do que foi nossa vida familiar (...) não significa senão que o governo plantou [provas], e portanto responsabilizo Nicolás Maduro [...] por qualquer coisa que possam pôr em minha casa”, disse.

O deputado recordou que está há mais de quatro meses fora do seu domicílio, e portanto “qualquer coisa que neste momento esteja lá, que eles possam pôr, (sejam) armas, drogas, qualquer documento, qualquer mentira, é naturalmente produto da imaginação deles, produto da sua falta de ética”.

Para Borges, a ação dos agentes “demonstra a falsidade do suposto atentado”.

Outros dirigentes do partido, como a também deputada Dinorah Figuera, relataram também uma busca sem mandado judicial na casa de Julio Mora, vereador no município de Cárdenas (Estado de Táchira, oeste), mesma região de onde é oriundo o deputado Requesens.

Tanto Borges como Requesens perderam na quarta-feira sua imunidade parlamentar, por decisão da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), dominada pelo chavismo, logo depois de Maduro apontá-los responsáveis pelo ataque.

Na quinta-feira, a Assembleia Nacional (AN, Parlamento) rejeitou a ação da ANC e declarou o “desaparecimento forçado” de Requesens, pois familiares e advogados denunciaram que não receberam informações de onde o deputado se encontra.

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