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López Obrador envia novo aceno a Donald Trump

“Agradecemos a atitude respeitosa de Trump", afirmou o novo presidente mexicano, diante de anúncio de visita de comitiva de alto escalão dos EUA nesta sexta-feira

Luis Pablo Beauregard
Marcelo Ebrard e Andrés Manuel López Obrador, em sua casa de campanha.
Marcelo Ebrard e Andrés Manuel López Obrador, em sua casa de campanha.Mario Guzmán (EFE)

O otimismo continua marcando a relação de Andrés Manuel López Obrador com o Governo de Donald Trump. O presidente eleito do México revelou na terça-feira os nomes da comitiva de alto escalão dos EUA que o visitará na sexta-feira às 13h (15h de Brasília) nos escritórios onde coordena a transição, na capital mexicana. O secretário de Estado, Mike Pompeo, será acompanhado pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin; Kirstjen Nielsen, secretária de Segurança Interior e Jared Kushner, o polêmico genro do mandatário republicano.

López Obrador enviou a Washington um novo sinal de boa fé dos degraus de sua casa de transição, no bairro central de Roma. “Agradecemos a atitude respeitosa de Trump e o interesse de que ocorra um entendimento entre o México e os Estados Unidos... Estamos interessados em ter uma boa relação”, disse o vencedor das eleições de 1 de julho.

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O futuro mandatário mexicano, que tomará posse em 1 de dezembro, estava acompanhado de seu próximo chanceler, Marcelo Ebrard. O ex-prefeito da Cidade do México afirmou que é um sinal “de grande valor” o fato da visita se realizar nos escritórios do presidente eleito do México. “A delegação faz uma visita de cortesia que muito apreciamos”, afirmou o próximo secretário das Relações Exteriores, cujo cargo precisará ser confirmado em dezembro pelo Congresso controlado por uma maioria do Morena, partido liderado pelo futuro presidente mexicano.

Os enviados de Trump, que também visitarão o presidente Enrique Peña Nieto, discutirão com futuros ministros de López Obrador a renegociação do Tratado de Livre Comércio, assuntos sobre imigração, segurança e programas de cooperação para o desenvolvimento. O lado mexicano será formado pelo futuro secretário da Fazenda, Carlos Urzúa; a encarregada de Economia, Graciela Márquez; o próximo secretário de Segurança, Alfonso Durazo e Jesús Seade, que será nos próximos meses o chefe das negociações do México para o tratado comercial com o Canadá e os Estados Unidos.

López Obrador acha que a presença do secretário do Tesouro norte-americano no México, um multimilionário cuja passagem pelo cargo é cercada de polêmicas, é um bom sinal. “Indica que [Trump] viu com bons olhos a proposta de basear nossa relação na cooperação para o desenvolvimento”. Ebrard também disse que a reunião é exemplo de “uma nova etapa da relação do México com os Estados Unidos”.

O líder do Morena anunciou à imprensa que pretende comunicar aos enviados de Trump sua visão de combate à desigualdade e à pobreza como principal instrumento contra a imigração e a insegurança. “Do Panamá ao Rio Bravo queremos que as pessoas tenham oportunidades de trabalho para que não precisem [imigrar]. Esse é nosso projeto central. Não se trata de medidas coercitivas”.

López Obrador prometeu divulgar, ainda nessa semana, a carta que enviará a Trump com sua proposta de desenvolvimento para o México e a América Central. O futuro presidente do México disse que não o fez para respeitar o protocolo. O presidente dos Estados Unidos, que não se importa muito com a diplomacia e o protocolo, terá a última palavra nessa nova etapa entre dois governos vizinhos.

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