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Trump pressiona Arábia Saudita a aumentar a produção de petróleo

Presidente dos EUA afirma que o monarca saudita prometeu fazer esforços para estabilizar o preço do produto

Donald Trump e Salman bin Abdelaziz, em maio de 2017, em Riad.
Donald Trump e Salman bin Abdelaziz, em maio de 2017, em Riad.MANDEL NGAN (AFP)
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A reimposição do embargo econômico dos Estados Unidos ao Irã, depois do rompimento do pacto nuclear, cria um problema para Donald Trump: eleva o preço da energia, porque restringe o fornecimento. Solução: que outro país reponha o que falta. A Arábia Saudita sai em seu auxílio ao se comprometer a responder aos seus apelos.

O rei saudita, Salman bin Abdulaziz, manteve neste sábado uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos em que eles abordaram os termos definidos na última reunião da OPEP, o cartel dos países produtores de petróleo, do qual os EUA não participam. O monarca lhe prometeu fazer todos os esforços necessários para equilibrar a oferta e a demanda, a fim de compensar qualquer déficit.

Na conversa entre os dois governantes, tornada pública em um tuíte do presidente e pela agência oficial de notícias saudita, também se discutiu a paralisação da produção que as “revoltas” na Venezuela estão criando. Trump afirmou também em sua conta no Twitter que tinha falado com o rei “para lhe explicar” que são necessários dois milhões de barris diários a mais no mercado para compensar.

“O preço está alto demais”, lamentou Trump, “e ele concorda”. O propósito do aumento, insiste, é dar “estabilidade” ao mercado de energia, para que o encarecimento do petróleo não prejudique o crescimento econômico. O barril de referência nos EUA era negociado na sexta-feira perto dos 75 dólares, um nível que não se via há quatro anos. O preço começa a se tornar problemático a partir dos 80 dólares.

Trump já pediu, durante a reunião dos membros da OPEP em 22 de junho passado, que aumentassem “substancialmente” a produção para conter os preços. Ficou acordado que seria elevada em um milhão de barris diários, o que na prática não muda realmente a situação. O pedido do presidente duplica, portanto, a quantidade. Não se precisou também se o compromisso da Arábia Saudita se soma ao que foi acordado.

O Departamento de Estado, por sua vez, informou há alguns dias que a partir do próximo novembro sancionará toda empresa que fizer negócios com o Irã, incluída a indústria petroleira. A Rússia também concorda em elevar a produção de petróleo para evitar que o abastecimento fique estrangulado e que o barril chegue aos 80 dólares, o que seria daninho para o consumo e a economia.

A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo. Propõe-se a fornecer até 11 milhões de barris diários em julho, depois do pacto da OPEP em 23 de junho passado em Viena (Áustria). Em maio passado extraía cerca de 10 milhões de barris por dia. O compromisso do cartel, no entanto, não evitou que o preço do petróleo continuasse aumentando. No início de 2016 chegou ao mínimo de 30 dólares por barril.

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