México apela ao Guillermo Ochoa de 2014 para o jogo contra o Brasil
Goleiro mexicano tem o maior número de defesas da Copa do Mundo e volta a enfrentar a 'Canarinho' em um Mundial


Guillermo Ochoa (Guadalajara; Jalisco, 1985) fez sua apresentação ao mundo com seis defesas contra o Brasil. Aquelas jogadas contra Neymar e companhia azedaram a tarde da torcida em Fortaleza em um empate sem gols na Copa passada. Quatro anos depois, o goleiro mexicano volta a ser um antídoto do gol para o México, algo necessário no confronto com a Canarinho nas oitavas de final (segunda-feira, 11h de Brasília).
Durante toda a fase de grupos, Ochoa foi o goleiro com o maior número de defesas, 17. Antes do jogo da Tri, como é conhecida a seleção mexicana, contra a Suécia tinha um percentual de eficiência de 93,3%, três gols depois baixou para 81%, de acordo com dados da FIFA. Essa estatística, por exemplo, é superior à de David de Gea com 16,7%. A elasticidade do arqueiro do Standard de Liège foi fundamental para manter ilesa sua meta contra a Alemanha nas 25 oportunidades de gol dos adversários, nove chutes diretos. “Minha esperança e a de todos os meus companheiros é ficar até o último dia [na Copa]. Eu imagino, desejo isso, e ninguém irá me proibir”, disse o goleiro mexicano.
No registro das Copas do Mundo existem dois goleiros que não levaram nenhum gol de Brasil e Alemanha. O primeiro foi o polonês Jan Tomaszewski em 1974 e 1978, o segundo é Guillermo Ochoa, que participa de sua quarta Copa e a segunda em que é o titular do México.
Existem fortes contrastes sobre a figura de Ochoa. Sua última temporada na Espanha com o Granada (2016-17) entra em qualquer debate: foi o goleiro mais vazado da história do Campeonato Espanhol com 82 gols e, ao mesmo tempo, o que mais defesas fez, 162. Nesse mesmo período, levou sete gols do Chile na última Copa América. “Certamente a imprensa mexicana não falará do 7 a 0. Também é preciso lembrar desse dia porque nos serviu de experiência”, disse há alguns dias.

Na temporada passada foi para a Bélgica jogar no Standard. Em seu país, o círculo de analistas esportivos criticou essa decisão e outros lhe agradeceram por não ter ido jogar nos Estados Unidos. Já no Campeonato Belga foi titular absoluto com o número oito às costas. A equipe de Liège terminou na segunda colocação e com vaga à próxima Champions League. Guillermo Ochoa fez 103 defesas.
A Tri encara o jogo das oitavas um tanto machucada após a lição da Suécia. “Marcaram um gol em uma saída nossa em que perdemos a bola e eles tiveram sorte porque o chute foi errado e caiu no pé do outro jogador sueco. O segundo é um pênalti. E o terceiro um gol contra”, disse Ochoa. Diante do Brasil, com cinco gols marcados, se reencontrará com Neymar e um ataque radicalmente diferente da Copa passada com Coutinho e Gabriel Jesus. O goleiro mexicano já prepara suas luvas.