Erupção do Vulcão de Fogo na Guatemala deixa pelo menos 65 mortos
Colunas de cinza superam os 10.000 metros de altura. Mais de 3.000 pessoas foram desalojadas, e o aeroporto da capital foi fechado
Pelo menos 65 pessoas morreram na Guatemala depois da violenta erupção do Vulcão de Fogo, que ocorreu na tarde deste domingo. Um dos rios de lava e lama fervente criados pelo vulcão sepultou o povoado de El Rodeo de Escuintla, no sul do país, segundo as autoridades.
O chefe da Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred), Sergio García, disse na noite de domingo que haviam sido contabilizados também ao menos 20 feridos, 3.100 moradores desalojados e um total de 1,7 milhão de cidadãos afetados pela erupção do vulcão. Ainda não se conhece o número de desaparecidos e desabrigados, já que muitos dos afetados procuraram refúgio em casas de familiares ou amigos.
Sete das vítimas estavam em El Rodeo de Escuintla, e outras quatro são dois bombeiros e duas pessoas que não respeitaram os cordões de isolamento, informaram as autoridades em uma entrevista coletiva com a participação do presidente Jimmy Morales, acompanhado de seus ministros de Governo (Interior), Saúde Pública e Defesa.
A cinza expelida pelo Vulcão de Fogo alcançou os 10.000 metros de altura sobre o nível do mar e, segundo o Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia (Insivumeh), esta erupção, a segunda do vulcão em 2018, é a maior dos últimos anos. As colunas de cinza e o fluxo de lava deixaram desalojados na capital e provocaram o fechamento do aeroporto local.
#GuatemalaEstáUnida | Momento en el que un agente de la @PNCdeGuatemala en labores de rescate logra salvar una bebé. pic.twitter.com/slKSRRnA5m
— Gobierno Guatemala (@GuatemalaGob) June 4, 2018
Eddy Sánchez, diretor de Vulcanologia do instituto, alertou para os riscos de médio prazo, como a contaminação da água potável nas localidades afetadas pela cinza e a possibilidade de que a drenagem seja estancada pela areia arrastada com a água das chuvas.
O ministro da Saúde Pública e Assistência Social, Carlos Enrique Soto, informou no final da tarde que 15 pessoas tinham sido internadas com queimaduras causadas pela lava. “Entre eles há quatro crianças em estado grave, com queimaduras de terceiro grau.”
O presidente Morales reuniria seu gabinete na noite de domingo para analisar a possibilidade de decretar algum estado de exceção em três províncias particularmente afetadas.
Na coletiva, as autoridades advertiram à população que a dimensão da tragédia está sendo exagerada nas redes sociais, com fotos antigas, inclusive algumas de catástrofes ocorridas fora da Guatemala. Pediram aos usuários que ignorem essas mensagens.
A erupção iniciou por volta de meio-dia de domingo, com explosões e colunas de cinza que alarmaram as comunidades próximas. Na cidade histórica de Antigua, os visitantes também ficaram assustados com a chuva de cinzas que cobriu as ruas com dois a cinco centímetros de matéria vulcânicas.
As cinzas atingiram vários departamentos (províncias) do país, a tal ponto que as autoridades decidiram fechar o aeroporto internacional de La Aurora “para garantir a segurança de aeronaves e passageiros”. Por volta de 19h30 (23h30 em Brasília), metade da limpeza estava concluída, mas a reabertura só deveria acontecer quando as autoridades e os representantes das companhias aéreas concluíssem que havia condições de operar em segurança. Enquanto isso, cinco voos internacionais com destino à Guatemala foram desviados para El Salvador.
Duas das principais rodovias da Guatemala, a Pan-Americana, que liga a capital do país com o México, e a que conduz ao Pacífico, apresentam problemas de circulação porque a areia, mais a água da chuva, deixam a pista escorregadia. Há temores de inundações, porque grande parte da lava e da lama cai diretamente nos leitos dos rios próximos.
O Vulcão de Fogo, situado entre os departamentos de Escuintla, Sacatepéquez e Chimaltenango, já havia entrado em erupção em janeiro deste ano. Esse vulcão, com 3.763 metros de altura e 35 quilômetros a sudoeste da capital, provocou em setembro de 2012 a última emergência por erupção no país, desalojando 10.000 moradores de povoados ao sul da montanha.
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