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Final Mundial de Clubes 2017 | Real Madrid, 1 - Grêmio, 0
Análise
Exposição educativa de ideias, suposições ou hipóteses, baseada em fatos comprovados (que não precisam ser estritamente atualidades) referidos no texto. Se excluem os juízos de valor e o texto se aproxima a um artigo de opinião, sem julgar ou fazer previsões, simplesmente formulando hipóteses, dando explicações justificadas e reunindo vários dados

Um Grêmio ofuscado pela extraordinária demonstração de autoridade do Real Madrid

A equipe de Zidane supera de ponta a ponta o Grêmio com um gol de Cristiano e um excelente Modric, conquista seu sexto título mundial e consegue pela primeira vez cinco troféus em um ano

José Sámano
Real Madrid ergue o troféu do Mundial de Clubes
Real Madrid ergue o troféu do Mundial de ClubesMatthew Ashton - AMA (Getty Images)

Outro Real Madrid para a eternidade, com tudo o que isso significa para um clube de lenda tão infinita que até a final de Abu Dhabi já exibia 25 títulos internacionais. Mas este Madrid é único, o primeiro que conquista cinco títulos em um ano. Fez isso ao se tornar pela sexta vez campeão mundial, após 57 anos da conquista desse troféu pela primeira vez, com um gol de Cristiano Ronaldo. Um tento que selou a estupenda partida do Madrid, que superou o Grêmio de ponta a ponta. Um rival ofuscado pela extraordinária demonstração de autoridade de um Real conduzido de modo magnífico por um superjogador: Modric.

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Ganhar, ganhar e ganhar. O Madrid não para. É tão exclusivo que não perde uma final internacional desde 2000, quando caiu diante do Boca no mesmo torneio que o acaba de entronizar. Desde então ergueu o troféu nas doze disputadas. Seus números históricos espantam e neste Madrid ainda mais. Zidane vai de festa a festa. O mesmo que CR, que anota nas seis partidas jogadas na fase de grupos da Copa da Europa em andamento como nos dois jogos do Mundial de Clubes. Cristiano chega ao topo na semifinal e na final. Mas esta não teve nada a ver com o extravagante confronto com o Al Jazira.

A final encontrou um Madrid muito bem formatado diante de um adversário severo, abrasivo, que está mais para o heavy que para o samba. O Real o metabolizou desde o primeiro piscar de olhos, sem a bagunça da quarta-feira passada. A partir de Modric e Isco se alinhou um Madrid governante, firme, muito aplicado na recuperação instantânea. A equipe brasileira, sem o lesionado Arthur no leme, só foi um grupo unido em seu campo. Com Luan, sua pérola, desconectado, o grupo de Renato se protegeu com Geromel e Kannemann. Dois tipos siderúrgicos. Mais que zagueiros são um piquete.

Frente a um rival de concreto, o Madrid teve maleabilidade e ímpeto. Com a partida disputada na raça e mais jogo que oportunidades, no primeiro tempo faltou aos de Zidane o toque finalizador. Expandiu-se pelos lados com Carvajal e Marcelo como lançadores, Cristiano e Benzema se deixaram ficar como auxiliares, e Modric e Isco foram dois ilustrados de luxo. Sobre o croata e o malaguenho gravitou um Madrid acampado em solo brasileiro e escoltado pelo prefeito Casemiro. Um Real invasivo para o qual o Grêmio, que pareceu aceitar seu papel de resistente, só tinha remédio em sua própria área. Até Varane se lançou com frequência até a sala de espera do gol.

Não houve jogador do Madrid que não se somasse à causa. Exceto Keylor Navas, claro, porque o Grêmio mal olhou para ele, em uma falta cobrada a vários quilômetros pelo dinamiteiro Edilson. Como Isco e Modrid se apropriaram da bola, ao esquadrão brasileiro só restou ir a seu encalço durante todo o jogo. Um chute de Modric levou a inquietude a todo o Grêmio. O mesmo com alguns assaltos de Marcelo, que Isco alimenta como poucos. O Madrid só se tornava confuso na última etapa, na periferia do goleiro Grohe, a zona mais selvagem do Grêmio, a menos permeável.

Ao Madrid de corpo inteiro do primeiro tempo se seguiu outro ainda com mais tonelagem. Nada se alterou na equipe sul-americana, tão formal sem a bola como com pouco papo com ela. Modric não se rebaixou, Kroos se agregou ao combate ofensivo e Cristiano se aprimorou. Então já houve mais pistas de Grohe, o bom goleiro do Grêmio. Como sintoma eloquente do desenrolar da partida, as únicas notícias positivas da equipe de Renato se produziam em sua retaguarda. No ataque, o Madrid, sem necessidade de dar marcha à ré, não lhe concedeu nem migalhas.

Em plena ebulição madridista emergiu Cristiano com a bola parada. Foi derrubado perto da entrada da área e ele mesmo desancou o Grêmio. A bola triunfal abriu caminho na barreira organizada por Grohe. Nem em vantagem o Madrid recuou. Pelo contrário. CR, já disparado, teve um gol anulado porque Benzema estava impedido –por meio cabelo, talvez. O luso pediu o VAR, mas o sistema é tão arbitrário que ninguém lhe fez caso. Logo depois, a trave direita de Grohe repeliu um chute de longe e afiado de Modric. Zidane observou que Isco já falhava no lançamento e deu novo ar à equipe com Lucas. Mais tarde, com Bale no lugar de Benzema. Com uns e outros, o Madrid manteve sua versão imperial. Outro Madrid para a mitologia.

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