_
_
_
_

Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue

Uma semana após o Exército assumir o controle do país, mandatário deixa o cargo que ocupou por 37 anos

Robert Mugabe
Robert MugabePHILIMON BULAWAYO (REUTERS)
Mais informações
Novo rosto, velha mensagem em Angola
O petroestado angolano em crise nas mãos do herdeiro político de Dos Santos
Angola se prepara para a saída de Dos Santos depois de quase quatro décadas

O presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, apresentou finalmente sua renúncia nesta terça-feira, uma semana após o Exército assumir o controle do país, segundo anunciou o presidente do Parlamento Jacob Mudenda. “Eu, Robert Mugabe, entrego formalmente minha renúncia como presidente da República do Zimbábue com efeito imediato”, declarou Mudenda, lendo a carta de renúncia do chefe de Estado, sob aplausos. No documento, Mugabe não propõe nenhum sucessor.

De acordo com o jornal Herald, Mudenda anunciou no Parlamento que o processo de impeachment que seria iniciado contra o mandatário fica suspenso com a sua decisão de renunciar. A notícia foi recebida com aplausos pelos presentes.

Mugabe, que governou o país durante 37 anos, havia resistido às pressões até agora, apesar dos multitudinários protestos contra ele no sábado e das negociações mantidas com o Exército e os emissários enviados pela África do Sul.

O vice-presidente recentemente destituído, Emmerson Mnangagwa, é o principal candidato para substituir Mugabe na presidência e para ser o novo candidato da situação nas eleições presidenciais de 2018, após ser nomeado líder do partido governista no lugar do ainda chefe de Estado, de 93 anos.

Mnangagwa foi destituído em 6 de novembro, por iniciativa da primeira-dama, Grace Mugabe, com quem competia para suceder o presidente. Sua expulsão provocou a intervenção das Forças Armadas, que controlam o país desde 15 de novembro.

O ex-vice-presidente também apoiou a iniciativa de seu partido, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (ZANU-PF), de promover uma moção de censura contra Mugabe a partir desta terça no Parlamento.

Cidadãos do país africano comemoram a renúncia de Mugabe
Cidadãos do país africano comemoram a renúncia de MugabeTsvangirayi Mukwazhi (AP)

Em breves declarações feitas à imprensa na noite de segunda, o chefe das Forças Armadas, Constantino Chiwenga, afirmou que ambos já mantiveram contato e que Mugabe traçou “um mapa a seguir e uma solução definitiva para o país”, após seu discurso transmitido pela TV, no qual, ao contrário do que se esperava, não renunciou.

Os militares assumiram o controle do país na semana passada. Desde então, mantêm Mugabe (no poder desde que a independência em relação aos britânicos foi reconhecida, em 1980) e sua família sob prisão domiciliar. Enquanto isso, o ex-vice-presidente havia se exilado após declarar que recebera ameaças de morte, mas, em sua única comunicação que veio a público até agora, advertiu: “Logo controlaremos as bases do poder em nosso belo partido e [em nosso] país.”

A primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, emitiu um comunicado afirmando que se abre a oportunidade para que o Zimbábue tenha “um futuro sem opressão”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_