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Antonio Ledezma, opositor de Maduro, escapa da prisão domiciliar e viaja para a Colômbia

Ex-prefeito de Caracas diz que fará peregrinação pelo mundo para denunciar o que ocorre na Venezuela

Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, em uma manifestação em 2014.
Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, em uma manifestação em 2014.EFE
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Antonio Ledezma, o ex-prefeito metropolitano de Caracas e integrante da oposição venezuelana, escapou da prisão domiciliar em que se encontrava desde 2015 e fugiu por terra à Colômbia, de acordo as autoridades colombianas e com a esposa de Ledezma, Mitzy Capriles. “O senhor Antonio Ledezma entrou na manhã de hoje no país vindo da Venezuela”, informou o escritório de Imigração em Bogotá através de um comunicado. A imprensa venezuelana informa que o destino final do oposicionista é a Espanha.

As autoridades colombianas informam em sua nota que Ledezma entrou na Colômbia “pela ponte Simón Bolívar, na localidade de Villa del Rosario, e fez os trâmites migratórios correspondentes”. O EL PAÍS confirmou que seu passaporte foi carimbado como turista, com uma permanência de até 90 dias. O ex-prefeito da capital venezuelana entrou em território colombiano sozinho após uma viagem de quinze horas por terra. Em sua primeira declaração à imprensa na cidade fronteiriça de Cúcuta afirmou à rede Caracol Rádio que “viveu uma travessia” antes de pisar em território colombiano. “Não podemos perder a esperança, essa é a grande virtude do povo venezuelano”, disse Ledezma, que confirmou que seu destino será a Europa, onde de acordo com suas palavras iniciará uma peregrinação pelo mundo para denunciar o que ocorre na Venezuela e lutar pelos presos políticos que lá permanecem.

As autoridades colombianas explicaram que a entrada de Ledezma no país foi registrada legalmente por não existir uma ordem de captura internacional e um pedido formal de detenção. Nas próximas horas espera-se que o presidente Juan Manuel Santos fale sobre a entrada do ex-prefeito de Caracas na Colômbia.

A primeira imagem de Antonio Ledezma na Colômbia foi divulgada pelo site lapatilla.com. O ex-prefeito de Caracas foi visto no aeroporto de Cúcuta, antes de pegar um voo privado.
A primeira imagem de Antonio Ledezma na Colômbia foi divulgada pelo site lapatilla.com. O ex-prefeito de Caracas foi visto no aeroporto de Cúcuta, antes de pegar um voo privado.Lapatilla.com

O jornal venezuelano El Nacional afirmou em seu site que o oposicionista, fundador do partido Aliança Bravo Povo (ABP), “escapou na madrugada de sexta-feira pela fronteira em direção à Colômbia” e que “teria como destino final um país europeu”.

Agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) se dirigiram às imediações da casa de Ledezma. A própria Capriles denunciou que a casa foi “violada” por forças chavistas que tentaram entrar no começo da manhã.

Capriles transmitiu em nome de seu marido uma mensagem a todos os “presos políticos”, para que continuem lutando por seus direitos e contra Maduro. Nesse sentido, fez um pedido para que continuem lutando em nome da democracia e da liberdade, segundo a mensagem à Caracol Radio.

O secretário geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, reagiu à notícia em sua conta do Twitter. “Meus cumprimentos a Antonio Ledezma, referência moral da Venezuela, agora livre para liderar a luta do exílio para a instauração do sistema democrático em seu país”, escreveu o uruguaio na rede social.

Ledezma, líder da Aliança Bravo Povo, foi preso pela primeira vez em 2015 quando era prefeito de Caracas. Esteve detido por quatro meses na prisão militar Ramo Verde, mas obteve o benefício da prisão domiciliar por motivos de saúde.

Em agosto de 2017 foi novamente preso em Ramo Verde durante três dias, após ser acusado pelas autoridades junto com o também oposicionista Leopoldo López de violar as condições contempladas para permanecerem em suas respectivas casas.

Três meses após a fuga da promotora rebelde

No último dia 20 de agosto, a promotora Luisa Ortega também abandonou a Venezuela em uma fuga cinematográfica que terminou na Colômbia. Ortega fugiu de seu país em uma lancha pela península de Paraguaná em direção à ilha de Aruba, e dali a Bogotá. Teoricamente, Ortega estava sob vigilância após o Governo de Nicolás Maduro a apontar como inimigo público número um e proibir sua saída da Venezuela.

Desde então, percorreu vários países denunciando o governo de Nicolás Maduro. Nesta quinta-feira, apresentou na Corte Penal Internacional (CPI), com sede em Haia, na Holanda, uma denúncia contra o sucessor de Hugo Chávez e vários de seus servidores públicos.

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