_
_
_
_

Execução de condenado em Ohio é suspensa após 30 minutos de seu início

Veia do réu, que tem dificuldades para respirar e caminha com andador, não foi encontrada. Esta é a terceira vez na história dos EUA que uma execução é cancelada depois de ter começado

J. M. AHRENS
O preso Alva Campbell.
O preso Alva Campbell.NBC4
Mais informações
A pena de morte que dividiu a família de uma vítima
Preso é executado nos EUA depois de escapar sete vezes da pena de morte
Preso agoniza por 13 minutos durante execução no Alabama

A tortura durou mais de 30 minutos. Esse foi o tempo que Alva Campbell, de 69 anos, passou atado a uma maca na quarta-feira, enquanto dois enfermeiros apalpavam o seu corpo em busca de uma veia onde pudessem lhe aplicar a injeção letal. Por um momento, parecia que haviam encontrado, e um dos verdugos chegou a dar um tapinha comemorativo na mão do condenado, mas os dois funcionários prisionais acabaram se dando por vencidos, e a execução foi suspensa. Campbell, devastado, voltou para sua cela, e a sala de execuções de Lucasville (Ohio) ficou vazia.

O pesadelo não era novo. A aplicação da injeção letal já havia sido suspensa em 2014 em Ohio depois que um detento, Denis McGire, sofreu uma horripilante agonia de meia hora antes de morrer. Depois de alterar o protocolo para evitar novas cenas de terror, os castigos foram retomados neste ano, sem maiores recriminações.

O caso de Campbell já prenunciava problemas. Seus advogados haviam avisado que seria praticamente impossível lhe aplicar a injeção letal. O detento, fumante contumaz durante décadas e afetado por uma obstrução pulmonar grave, caminha com andador, carrega uma bolsa de colostomia e mal consegue respirar. Devido ao seu estado, já havia sido impossível inserir um cateter no preso durante exames no passado. Mas nada disso impediu que sua execução fosse levada adiante. Nem o governador de Ohio nem a Suprema Corte local moveram um dedo para impedi-la.

Ativada a ordem, Campbell recebeu sua última refeição (um jantar de carne de porco, macarrão, purê de batatas e leite), e os familiares da sua vítima foram ver o criminoso morrer. Tratava-se do irmão, da irmã e de um tio de Charles Dials, assassinado em 2 de abril de 1997. Naquele dia, Campbell, com antecedentes por um homicídio cometido em 1972, era levado sob custódia para ser julgado por roubo de armas. O homem fingiu estar doente e, numa cadeira de rodas, arrebatou a pistola do agente que o conduzia. Depois, assumiu o controle do veículo guiado por Dials, de 18 anos. Durante horas o manteve sequestrado dentro do carro, e então o matou com dois tiros na cabeça.

Depois da fracassada execução, o futuro de Campbell continua na corda bamba. Seus advogados pediram que a pena seja comutada, mas as autoridades não se manifestaram. “Não vamos nos precipitar em executar ninguém”, sentenciou o diretor do presídio.

Foi a terceira vez na história dos Estados Unidos que uma execução foi suspensa depois de ter início, segundo a agência AP. A primeira ocorreu em 3 de maio de 1946, na Louisiana. Willie Francis, de 17 anos, estava na cadeira elétrica, mas houve várias interrupções no fornecimento energético. A Suprema Corte posteriormente autorizou uma nova tentativa, por 5 votos a 4. Dessa vez, não houve contratempos.

O segundo precedente se deu em 15 de setembro de 2009, também em Ohio. A execução foi adiada depois de 18 tentativas de cravar a agulha em Romell Broom, condenado por estuprar e assassinar uma garota de 14 anos. Desde então, Broom continua no corredor da morte. À espera.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_